Normas, regras, e organização da vida coletiva na escola

Web

-

Por Sônia Barreira

Costumamos dizer aos alunos que temos poucas e boas regras para organizar nossa vida diária dentro da Escola da Vila. Nosso regimento menciona algumas, e nosso Guia de Convívio as explica e fundamenta. Mas, nos últimos tempos, tem sido árdua a tarefa dos orientadores no sentido de lidar com as exceções solicitadas por pais e alunos, em contextos diversos.

Por que regras?

As regras surgem justamente para colocar ordem nos imprevistos, nas situações particulares que podem atrapalhar o funcionamento coletivo. Elas são respostas às necessidades identificadas pelos educadores e jamais reflexo de caprichos ou inflexibilidade da escola.

No entanto, pode parecer que basta existirem regras e punições que o trabalho educacional estará realizado. Tratando-se de educação básica, isso não é suficiente. A compreensão da regra e sua interiorização são mais importantes para a construção da moralidade, do senso de coletividade, do que sua imposição cega, que seria apenas a obediência. E já superamos a ideia de que a obediência é o objetivo final, ao contrário, a meta é a construção da autonomia, a capacidade fundamental de distinguir moralmente o que é certo do que é errado para o indivíduo e para o coletivo.

Por outro lado, a construção de vínculos de confiança e a convicção de que a instituição escolar não toma medidas aleatórias é fundamental para que possamos legitimar o papel dos educadores. Por essa razão, precisamos também da compreensão e do apoio das famílias.

Nossa proposta para os próximos posts é abordar algumas regras, a necessidade das mesmas, os problemas que ocorrem se elas forem flexibilizadas, e o trabalho realizado para que sejam compreendidas pelos alunos. Será também uma boa oportunidade para divulgarmos trechos de nosso regimento interno, documento que oficializa as normas e sustenta as posturas adotadas pela escola em diversas situações.