#35anosescoladavila

julia abrao

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Por Júlia Abrão

Me lembro até hoje do “teste” que fiz para entrar na 1ª série da Vila. Me lembro de quando meu irmão mais velho chegou correndo na escola em que eu fazia o Pré gritando: “Você passou na Vila!” Me lembro dos professores. Me lembro da primeira vez em que colei numa prova. Me lembro de que fui pega (desculpa, Marília). Meu primeiro “E”. Me lembro de quando a mesma Marília leu Drácula à luz de velas para a turma. Me lembro dos lanches coletivos. E da Guerra das Bolas. Me lembro da primeira vez que caí na dupla com o menino de quem eu gostava. Me lembro de quando falaram de anticoncepcionais e de drogas. Me lembro dos pentaminós e do Escher. Me lembro das peças de teatro. Das visitas à Bienal. Me lembro do bananal. Me lembro da rádio na hora do intervalo. Me lembro de que pediram nossa opinião quando decidiram mudar o logo do coqueiro. Me lembro de que “nuvens brancas passam por brancas nuvens”. Me lembro de que fomos a primeira 5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries da história da Vila. Me lembro de diálogos. Me lembro de aulas que caminhavam para fora do currículo regular das outras escolas simplesmente porque os alunos pediam mais. Iam longe. Se interessavam, perguntavam, questionavam. Me lembro de quando tive que deixar a Vila. Me lembro das Festas Juninas e de encontros que fizemos depois. Me lembro da primeira vez que achei algumas carinhas no Facebook e de que sorri de saudades e carinho. Me lembro da Vila como me lembro do cheiro do café da minha falecida vó Celeste. É tanto carinho e lembrança boa que não me lembro das broncas, não me lembro das brigas... Obrigada, Vila. Obrigada por me fazer questionar tudo desde cedo. E por ter sido parte importantíssima dos rumos que tomei até me tornar educadora.


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