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Reencontro de professores e amigos na OlimVila 2015

Reencontro de professores_

Lembranças de um ex-aluno

Por Caio Rizek

Cheguei à Escola em 1990, quando nascia o Colégio Fernando Pessoa, a partir da extinção do Colégio Gávea.

Passei todo o período do ensino médio e fundamental. Muito tempo? Diria que passou muito rápido. E marcou a minha vida de forma permanente.

Conheci amigos com os quais até hoje adoramos relembrar as histórias dessa fantástica Escola. A propósito, logo me vem à memória uma explanação da colega Paola numa das aulas de Filosofia da Professora Wânia (lá pelos idos de 1995): “Para mim não existe melhor amigo. Ou é amigo ou não é. Se é amigo, não é melhor do que o outro”. Por isso digo que tenho verdadeiros amigos “do tempo do colégio”.

Lembro-me de chegar em casa diversas vezes com o maxilar dolorido, por causa de tantas risadas que dávamos na Escola.

Dizia para os meus amigos que não era uma escola, era um clube, um parque de diversões.

Eis que, de repente, surge um temor: o Colégio seria “comprado” por uma tal de Escola da Vila e perderíamos a nossa identidade...

Creio que isso não tenha ocorrido. Vejo o Colégio Fernando Pessoa como embrião do ensino médio da Escola da Vila, fundação/estrutura da Unidade Morumbi.

Por isso compartilho algumas histórias que “prepararam” o terreno para a incorporação “Vila-Pessoa” (fase de transição) e construção da Escola da Vila – Unidade Morumbi.

Havia um galinheiro.

Onde hoje se situa o laboratório de ciências, havia um modesto galinheiro (cerca de 15 galinhas) e a diversão era pegar as galinhas e cuidadosamente soltá-las por sobre as grades do galinheiro, para observar o seu (breve) voo; quando pousavam eram recebidas pelo galo com muito carinho.

Os pés de café, resquícios do que talvez tenha sido um enorme cafezal, abasteciam com abundância nossas “guerras” de bolinhas inofensivas.

Onde era servido o cachorro-quente da Dona Conceição, hoje se encontram as salas das coordenadoras pedagógicas e o almoxarifado.

A enorme caixa d’água, bem alta e com uma escadinha aparente (nunca tive coragem para subir até o seu topo), deu espaço ao “Parlatório”.

A quadra era descoberta, sem qualquer tela/grade lateral. A bola ia para o mato, literalmente, mesmo que o jogo não fosse de campeonato.

Durante os jogos intercolegiais (hoje a tradicional “Olim-vila”) alunos de outros colégios diziam que praticávamos “chute-mato”, “hand-mato”, pois era cercada por árvores (bananeiras, entre outras) e mato. Mas como não lembrar que o nosso handebol era temido por todos os outros colégios? Ninguém podia com a gente. Também, ter um professor de educação física membro da comissão técnica da seleção brasileira de handebol...

O mesmo Professor Washington, que trouxe a medalha de prata da Seleção Brasileira de Handebol, conquistada nos Jogos Panamericanos de Cuba em 1991, hoje membro da comissão técnica da seleção que disputou o campeonato mundial de 2015 realizado no Catar. Seria muita pretensão traçar um paralelo entre a evolução da Escola e a do Catar? #ficaadica

Como evoluiu o Terrão, espaço que descobrimos para jogar bobinho e “chute-basebol”! Ficamos muito felizes quando recebeu 02 (duas) traves de madeira e se tornou um campinho (isso em meados de 1991). Hoje a quadra poliesportiva ao lado da cantina, com piso cimentado, iluminação, cercada. Maravilha!

Quem poderia imaginar que as salas da diretoria e de artes, três pequenas salas com telhado aparente, sem forro, dariam espaço para o prédio onde se encontram o departamento administrativo, a notória biblioteca e o belíssimo auditório?

A Professora Chacur foi muito além das aulas de matemática e hoje é coordenadora da Escola. Assim como a professora Inês, de geometria.

O Professor Márcio (educação física) sempre foi uma “figurassa”. Duvido que alguém possa não achá-lo muito divertido. Nunca fui um aluno muito comportado, gostava de conversar durante as aulas... Mas adorava as aulas de educação física. Certa feita, algumas colegas estavam conversando e “atrapalhando” as explicações do Professor, justo na minha aula preferida. Não tive dúvidas. Disse com “autoridade”: “Mima (apelido da Marina), você vive me pedindo para ficar quieto nas aulas de biologia. Então agora fica quieta, porque eu quero ouvir o professor!”. Foi a única vez na vida em que eu pedi para um aluno ficar quieto e não atrapalhar um professor.

Diante de tanta evolução, hoje enxergo que havia, “no meu tempo”, um espaço semiexplorado. É visível a profissionalização/evolução Escola, mantendo DNA/essência/valores de escola inclusiva, que não se preocupa apenas com o vestibular, mas sim com a formação de pessoas, assim como foi o Colégio Fernando Pessoa.

E, de repente, meus filhos frequentam o mesmo espaço, mais moderno, melhor adaptado... E com quadra coberta! (Sempre foi meu sonho poder jogar bola na escola mesmo em dias de chuva.)

Nas proximidades do galinheiro, meu filho achou o tesouro da turma do Grupo 3, no dia em que ficaram até de noite na Escola (atividade de convívio).

O Terrão está tão moderno que lá são instaladas as barracas da festa junina.

Na quadra coberta/ginásio, é celebrado o Dia do Esporte, quando meus filhos praticam esportes, fazem apresentações de capoeira, tem quadrilha de festa junina mesmo na chuva... Fui muito gratificante poder jogar bola com o meu filho no ginásio. Passou um filme na minha cabeça. Eu dizia para ele que naquele local não havia teto, nem grades, e, quando chovia, a gente secava a quadra com rodos para poder ter aula de educação física... Ele fez cara de quem achou isso meio estranho.

Ainda me sinto em casa nesse espaço e é com muita alegria que levo meus filhos todos os dias para essa Escola fantástica (eles adoram!), tendo a certeza de que é o melhor que eu posso fazer por eles.

Estas são algumas lembranças de um ex-aluno, pai de alunos (quem sabe um dia avô de alunos) desta Escola da vida.


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