Por Fernanda Flores, direção pedagógica
Esta semana, encerramos o Ciclo de Palestras VilaConversa com a vinda da Dra. Julieta Jerusalinsky abordando a temática das intoxicações digitais vividas pelo mundo adulto interferindo na construção das relações interpessoais tão próprias da infância, da juventude e da vida humana.
As contribuições dos cinco encontros realizados este ano foram muitas. A interação dos palestrantes convidados com as famílias presentes, a contribuição dessas conversas para que todos, família e escola, tenham mais elementos de reflexão e contrapontos a elaborar na desafiadora experiência de educar crianças e jovens.
Alcançamos nossos objetivos ao propor esses encontros: trazer à mesa de conversa temas difíceis, para os quais não temos respostas prontas, e que somente o diálogo consistente pode trazer caminhos possíveis para sua compreensão.
Lembrando os encontros que tivemos, destacamos alguns pontos centrais de cada um deles para que oportunamente possam assisti-los, todos filmados e disponíveis no canal de YouTube da Escola da Vila.
Julieta Jerusalinsky trouxe uma profunda análise acerca da descontinuidade produzida pela era digital nos modos pelos quais estabelecemos laços sociais e nas formas discursivas de sustentarmos subjetivamente as experiências, levando-nos a interrogar sobre qual rede sustenta o sujeito contemporâneo no balanço entre o público e o privado, entre o lazer e o trabalho, entre a realidade e a ficção, ao ser e estar lançado virtualmente na web.
Claudia Aratangy reforçou o que nossa escola pratica e defende como valor da formação literária das novas gerações. No encontro sobre Leitura de literatura: um caminho para conexão e pertencimento, ela destacou o poder das narrativas e o entrelaçamento dos enredos em diversas histórias, contos, como forma humana de compartilhar emoções e de conectar-se com o passado, para viver no hoje e projetar os futuros próximos.
Ilana Katz, analisando o tema Os adultos, as crianças e suas políticas, trouxe importante contribuição para pensarmos o papel da ocupação e do uso da cidade como forma de estar pública, coletiva, política, que comunica aos jovens e às crianças sobre quem somos, onde estamos e como podemos viver juntos.
Alexandre Feldman, em Sono: acorde para a vida, destacou para uma audiência muito interessada as relações tão estreitas entre sono e bem-estar geral, esclarecendo aspectos que leigos desconhecem sobre os mecanismos do sono e a responsabilidade que este tem na saúde das pessoas, saúde física e sobretudo psíquica.
André Trindade, com a temática O corpo na infância e na adolescência: desafios da educação contemporânea, tratou da importância de valorizarmos o corpo nas práticas vividas na escola não somente nas aulas de educação física, mas também nas posturas adotadas para o trabalho e nos momentos de contemplação e relaxamento, olhar para postura e corpos das crianças e jovens passa a ser imperativo em tempos de experiências virtuais mais frequentes.
É nossa convicção que esses encontros são essenciais na criação de oportunidades para o encontro, para a conversa, para a troca de experiências e visões sobre temas que nos afligem como educadores. Seguiremos assim, pois entendemos que essa é uma responsabilidade da escola.
Voltamos ano que vem, com novas propostas e temas sugeridos pela comunidade Vila!