Já sei fazer sozinho, não preciso mais da sua ajuda.

Por Lilia Standerski, professora do G2 A (4 anos)

Calçar o tênis, amarrá-lo, vestir-se, tomar banho, comer com garfo e faca, beber no copo de vidro, carregar coisas, colocar cinto de segurança, limpar-se no banheiro, dar a descarga, escovar o dente, fechar o zíper da mochila ou do casaco, abrir lancheiras e potes, colocar luvas, arregaçar a manga, pentear-se, dobrar a roupa, organizar o armário, guardar os brinquedos...

Essas são algumas das muitas coisas que as crianças pequenas vão aprendendo a fazer sozinhas, prescindindo da ajuda do adulto. “Mas isso meu filho não dá conta de fazer sozinho!” Será? Com que idade podemos começar a apostar que os pequenos dão conta sim?

Na escola, fazemos um trabalho intenso, desde o Grupo 1, para que as crianças possam continuar a construção da autonomia que começaram a construir em casa. Em cada série temos expectativas comuns, para todas as crianças. No entanto, sabemos que cada uma é uma, e precisamos de uma observação apurada para sabermos o que podemos apostar e com quem. Essa observação nem sempre dá conta de tudo, e por isso o papel do adulto deve ser o de arriscar, experimentar, deixar rolar, para depois surpreender-se.

Eles são capazes de muito mais do que imaginamos, mas só saberemos disso se permitirmos que tentem, não consigam, tentem mais uma vez, não consigam mais uma vez e assim por diante, até que uma bela manhã, como me contou uma mãe da Escola, você acordará e seus filhos terão organizado a mesa de café!

Deixemos as crianças crescerem, permitindo que experimentem, aguentando nossas ansiedades e valorizando o já conhecido: “Eu já sei fazer sozinho!”