Criança também pesquisa.

Por Alessandra e Anelise (Professoras de G2 e G3)

Pesquisar é algo que faz parte da vida do estudante e, mais adiante, também da vida profissional. Além de favorecer aprendizagens, instiga o interesse e a curiosidade. Por isso, desde a educação infantil, é possível que as crianças exerçam o papel de “pesquisadoras”, mesmo que não tenham ideia de tudo que estão aprendendo enquanto estão apaixonadas por um tema e ávidas por descobrir cada vez mais coisas sobre ele.

Nas classes de Grupo 1 (3 anos) a Grupo 3 (5 anos), no segundo semestre, são propostas situações de pesquisa. Na maior parte das vezes, o assunto tem relação com o mundo animal, por conta do interesse dos pequenos. Assim, emprestamos este tema da Biologia, para ter a possibilidade de pesquisar em fontes variadas. Geralmente os recortes são “Animais e seus filhotes”, “Animais do fundo do mar” e “Animais da fauna brasileira”.

Claro que as crianças ganham muito em termos de conhecimento de mundo, mas ganham mais ainda em relação às Práticas de Linguagem (leitura, escrita, oralidade). Passam a compreender a função dos índices; refletem sobre as fontes, na etapa em que estamos selecionando o material de trabalho; escutam a leitura de um trecho de texto em busca de informações pontuais; aproximam-se de vocabulário específico; apreciam imagens (estáticas e em movimento) para nelas identificar informações; produzem desenhos e escritas para registrar o que aprenderam ou o que mais gostaria de saber; comunicam aos colegas de salas e de segmento os dados que conseguiram obter, entre outras coisas.

Se no Grupo 1 (3 anos) o desafio é principalmente a leitura de imagens e acompanhar a professora na seleção de fontes e na leitura de trechos de textos, no G3, se fazem perguntas sobre a presença de mapas, do conteúdo de legendas, do propósito de determinadas ilustrações, referem a presença de subtítulos para ajudar o leitor a localizar mais rapidamente as informações, entre outras coisas. Além disso, eventualmente, são convidados a uma reflexão sobre o sistema de escrita. Não dependem apenas da leitura e da escrita realizada pelo professor. Nas suas interações com os materiais de pesquisa e com os pares, também lêem por si mesmos, refletem sobre onde pode estar escrito determinada palavra (ONÇA PINTADA, por exemplo), apoiando-se em conhecimentos que já têm do sistema alfabético, como a letra inicial ou a relação entre parte da palavra procurada e o nome de algum amigo; alguns conseguem identificar com tranquilidade um dado numérico em meio a outros símbolos, e depois anotá-lo. Tudo isso sem necessariamente saber ler e escrever de forma convencional.

Por tudo isso e começando pela grande curiosidade característica de crianças desta faixa etária, se justifica este trabalho. Podem ter certeza, elas ganham muito com tudo isso.