A formação e a atuação do orientador educacional e do professor em relação aos aspectos “extrapedagógicos”.

Charge de Francesco Tonucci para o livro "Com os olhos de criança"
Por Angela De Crescenzo e Susane Sarfatti – orientadoras educacionais e formadoras de professores

Esse foi o tema central de um dos programas de formação oferecidos pelo Centro de formação da Escola da Vila, o ZDP (Zona de Desenvolvimento Profissional). Neste ano, esse trabalho foi desenvolvido  com orientadores educacionais, professores e coordenadores de escolas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.

Atualmente, as demandas dos alunos e das famílias, muitas vezes, extrapolam as questões pedagógicas. Assuntos diversos, que eram da esfera familiar, são trazidos pelos alunos com muita intensidade para dentro da escola. Muitos pais demonstram grande insegurança na tarefa de educar e buscam na escola as respostas (Como colocar limites sem ser autoritário? Como ser amigo do meu filho e ter autoridade? Como cobrar notas e os filhos não se sentirem pressionados? Como aguentar as frustrações dos filhos?). Diante deste panorama, é preciso refletir: “Como a escola pode intervir nessas novas demandas familiares?” “Em que deve intervir e qual o limite dessa atuação?” “Qual é o novo papel da interlocução entre família e escola?”E o professor, que formação precisa ter para atender às novas demandas?” “E o que a escola tem solicitado aos pais?”. 

Essas e outras questões foram debatidas em cada um dos encontros a partir de leituras teóricas e casos práticos, com o objetivo de avançar na reflexão e aprimorar a prática educativa das escolas.  Nas diversas atividades realizadas, os profissionais envolvidos discutiram a importância de a escola expandir suas ações para “além dos muros” e pensaram em ações diversas “dentro dos muros da escola”, incluindo cada vez mais as famílias. Além disso, é preciso investir na formação dos professores e orientadores para “além das letras e números”.

É imprescindível que a Escola reflita sobre o novo contexto socioeconômico, se posicione, avalie suas limitações e amplie sua atuação, mas é preciso agir o menos possível na urgência para que menos erros ocorram. Para tanto, todas as formas de capacitação e troca de repertório entre escolas são valiosas.