Um novo olhar para o ensino da Matemática no fundamental I.

Por Laís Pereira de Oliveira e Maria Clara de Almeida Prado Galvão Formadoras de professores que atuam no Núcleo de Matemática

Meus alunos não sabem resolver problemas de divisão! O que fazer? Depois que aprendem as contas armadas, é necessário continuar trabalhando com cálculo mental? Tabuada: memorizar ou não? O que fazer com as muitas estratégias apresentadas pelos alunos? E quando eles não conseguem resolver problemas? Quais conteúdos devem ser trabalhados em cada uma das séries do Fundamental? E como estabelecer relações entre eles? Essas são algumas das perguntas que frequentemente são feitas pelos professores quando se referem ao ensino da matemática.

Essas dúvidas e inquietações demonstram que um novo olhar para o ensino da matemática é necessário, tendo em vista que apenas a mecanização e a memorização de cálculos e procedimentos não garantem, de fato, a aprendizagem dos conteúdos.

Os Encontros de Atualização sobre o Ensino da Matemática, promovidos pelo Centro de Formação da Escola da Vila e que foram realizados, neste ano, nas cidades de Curitiba e Rio de Janeiro, proporcionam um ambiente de reflexão sobre a prática educativa. A partir dos pressupostos da didática da matemática, que aponta alguns caminhos para a organização das situações de ensino e de aprendizagem em sala de aula, se estabelece uma rica troca de experiências entre professores que atuam nas séries do Fundamental, em diferentes escolas e cidades.

 Durante cinco encontros, são analisadas dimensões pedagógicas centrais, como a organização das sequências didáticas, a gestão das aulas (organização do espaço, tempo, agrupamentos e uso do material didático), as intervenções docentes, o papel da resolução de problemas, o trabalho com os campos conceituais (aditivo e multiplicativo), a relação do sistema de numeração e cálculo, entre outras. O eixo norteador dessas análises tem como referência o princípio de que todas as ações precisam favorecer a atribuição de sentido, por parte dos alunos, aos conhecimentos que se quer construir.

Nessa perspectiva, ao pensar sobre o trabalho realizado em sala de aula, os participantes entram em contato com as experiências que têm ou tiveram com a matemática, não só como professores, mas também quando eram alunos. Essa experiência escolar, vivida pela maioria dos professores, esteve pautada numa concepção bem diferente da que trabalhamos. Considerando esse aspecto, têm sido encantadores esses encontros de atualização, com os professores, participantes do curso, redescobrindo a matemática e ressignificando os conteúdos envolvidos e sua relação com os saberes!