Quando o professor torna-se orientador.

Pedro Henrique Raveli, Gislaine Rasi, Celina Martins, Daniela Munerato e Adriana Reali

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Por Sônia Barreira

Uma antiga orientadora minha, quando me chamou para fazer parte da equipe de orientação me fez duas perguntas que me parecem ainda hoje bastante válidas: a) você está preparada para atravessar a ponte e não voltar? b) você saberia lidar com seus colegas numa outra posição dentro da instituição?

Muito possivelmente, naquela época eu não dei a devida atenção ao sentido destes dois questionamentos, porque imediatamente aceitei o desafio de assumir a orientação de parte da equipe da antiga e pequena Escola da Vila. Mas, o exercício da função foi me obrigando a ressignificar o que minha orientadora tentava me preparar.

Ao ingressar numa escola, seu foco profissional está voltado para os processos de aprendizagem dos alunos, foi isso o que o levou até lá porque  é isso que fascina e envolve o profissional da educação. Ao assumir a função de orientador, seu foco passa a ser outro: o processo de desenvolvimento do professor. E por mais que isso esteja intimamente relacionado com os alunos, seu alvo é outro!

Ajudar o professor a refletir sobre o trabalho, dar sentido às propostas curriculares, compreender o enfoque metodológico, construir um ambiente favorável à aprendizagem, é um desafio e tanto para aquele que foi durante anos, professor de sala de aula. É preciso aprender que não se pode mais atuar como professor. O que está em jogo não é pensar quais as melhores formas de ensinar o aluno, agora o desafio é pensar quais as melhores formas de apoiar o professor.

O segundo desafio é sair do lugar confortável de colega e colocar-se como co-autor da prática pedagógica de outro profissional, co-responsável! É preciso saber fazer esta transição com segurança e serenidade!

Em nossa equipe isso é uma prática constante, muitos de nossos orientadores vieram da própria equipe, seja para o trabalho pedagógico, seja para o educacional. Alguns deles acumulam as duas funções, o que é ainda mais desafiador, pois o profissional tem de pensar de dois lugares distintos!

De todo modo, o grande conhecimento que têm da cultura institucional os ajuda neste percurso, assim como a interlocução com colegas que já passaram por isso. Mas, o maior apoio vem mesmo da equipe de professores, que já vê aquele profissional como referência na equipe de trabalho.

Em nossa escola nestes últimos anos, alguns professores passaram a assumir o trabalho de orientação, em vários segmentos. Processo facilitado pelo fato de já serem, anteriormente, referência importante para os colegas em suas áreas de atuação.

Nos próximos posts, apresentaremos estes profissionais!