Fotos de Isabela, 1º ano C
a
Por Fermín Damirdjian - Orientador Educacional
Durante a Semana de Atividades Diversificadas, os 1ºs anos incrementaram seus estudos acerca do tema “Cidades”, o qual permeia todas as ciências humanas ao longo desse ano letivo. Foram realizadas saídas para visitar uma ocupação em um edifício público (ex-INPS) na rua Martins Fontes, vazio há mais de 30 anos, e o Casarão do Brás, um local que foi construído ao longo de 2 anos sob a forma de um mutirão. São dois momentos diferentes de movimentos de moradia: um ainda incipiente, pressionando os órgãos públicos para olharem para um edifício que pode vir a ser habitado mediante financiamento popular, e outro já consolidado como moradia.
A dificuldade em preservar (ou instaurar) o direito à moradia nas grandes cidades é um dos aspectos que não pode ficar de fora ao olharmos para os desafios a serem vencidos pelos conglomerados urbanos de qualquer nação.
Abaixo, depoimentos de alguns dos alunos que visitaram os locais.
Diego Cianelli
Com a SAD foi possível ver muito melhor como é organizada uma ocupação, eu imaginava algo muito mais desorganizado, sem muitas regras e sem uma capacidade pré-definida de moradores. Meu pensamento mudou, vi que existem muitas regras e a família precisa ter certo cuidado para viver lá, precisa cuidar e respeitar o jeito com é formado o lugar, desde as pessoas até as próprias regras.
Teresa Lanna
Acredito que os trabalhos de campo me trouxeram outra visão de pessoas sem moradia quando apropriam-se de um edifício. Essa apropriação não existiria se as condições de moradia não fossem ruins. Acredito que o que eles fazem é um reflexo da sociedade em que vivemos. O que eles fazem é não ficar parados em péssimas condições de moradia, mas sim lutar por seus direitos e tentar mudar essa horrível realidade.
Ana Clara Naletto
Eu sempre soube das dificuldades de moradia no Brasil, em que algumas pessoas possuem imóveis caros e em lugares com boa infraestrutura, enquanto outras possuem imóveis longe de seus empregos, com infraestrutura horrível e até pessoas que não possuem imóveis. No caso, eu pude me aproximar mais da realidade das pessoas , ver como eles se organizam dentro das ocupações e ter uma opinião mais concreta sobre os movimentos sem julgá-los, além de que pude ver a diferença física e funcional entre ocupações e moradias. A respeito da minha compreensão com a cidade, a visita à ocupação/moradia me deu uma ampla visão sobre o quão absurdo é as pessoas lutarem por uma coisa que é delas, pelos seus direitos, e ver a que ponto chega um país que não consegue pertencer e “atender” a todos.
Fernanda Tsukada
Os trabalhos de campo permitiram que nós pudéssemos ver de perto e entender melhor o que viemos discutindo em sala. Com as visitas e conversas, nós pudemos ver e pensar nessas situações por um diferente ponto de vista, uma vez que conhecemos o ponto de vista daqueles que vivem isso.
Isadora Lacerda
Com a ida à ocupação, aprendi muita coisa, coisas que nem sabia que existia no Brasil e de como a política só foi feita para o capital.
Maíra Tambelli
Os trabalhos de campo contribuíram para o nosso estudo pois exemplificou fatos sobre a produção e não apropriação da cidade, onde as pessoas não se apropriaram do maior direito delas, que é a moradia. Pude ter um conhecimento maior sobre a vida e o sofrimento de muitas pessoas.
Mariana Lourenzetto
Os trabalhos de campo contribuíram para a minha compreensão sobre a questão de moradia na cidade, pois até então já tínhamos falado muito sobre esse assunto em aula, porém ver na prática tudo o que estudamos é muito mais esclarecedor. Com as atividades, eu vi que em uma única ocupação podem se reunir vários movimentos diferentes, descobri que há dois tipos de ocupações (acampamento e moradia), coisas que eu não sabia.