O Teatro no Período Complementar.


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Por Camila Urbano

O teatro trabalha várias facetas do homem. A história do teatro na sociedade sempre teve o papel de explicar e compreender as questões humanas. Quando trabalhamos com as histórias podemos trabalhar qualquer questão da turma, e quando os alunos fazem os personagens, eles entram em contato com pensamentos e reflexões sobre o real. Através do lúdico podemos falar sobre alguns assuntos quase insuportáveis para uma criança, como a morte, o ciúmes do irmão mais novo e até mesmo o medo de crescer. Outro ponto que faz o teatro ser único é o trabalho em grupo, por que o teatro pede que todos juntos contem uma única história, senão é impossível compreender o que está sendo feito.  Por isso dizemos que não existem pequenos papeis, e sim pequenos atores, pois todos têm a mesma importância em cima do palco.

Sou atriz, formada no Teatro Escola Célia Helena e em Artes do Corpo pela PUC. Atuei em diversos espetáculos, entre eles “Querô, uma reportagem maldita”, de Plínio Marcos, e “Fio das Missangas” de Mia Couto. O meu interesse em dar aula me motivou a fazer ano passado o curso de extensão da Faculdade Célia Helena, voltada para esse ofício.

E este ano vim ministrar o curso de teatro no período complementar: uma experiência instigante e desafiadora. Como o teatro trabalha o coletivo, quando estamos com uma turma com idades muito diferentes trabalhamos as diferentes posições que ocupam e diversos sentimentos presentes nas  interações, como a generosidade dos mais velhos, pois eles devem usar suas capacidades para ajudar os mais novos, por exemplo.

Por outro lado, os mais novos ainda não têm a clara diferença do que é real e do que é fantasia, portanto eles entram na história de uma maneira profunda, o que torna a aula ainda mais rica. O resultado deste trabalho é uma turma unida, com uma capacidade maior de se expressar e transformar, participando de atividades que promovem a sensibilidade em relação ao outro e ao mundo.