Quando um curso acaba...

... fica o desejo de continuar a partilha!

 Por Ana Paula Yazbek

 

Ao longo deste ano tivemos nove encontros aos sábados, para refletir, trocar experiências e conhecer algumas escolas (através de fotos e visitas).

Nos primeiros encontros cuidamos de algo fundamental para todo processo educativo: a construção do vínculo. A partir da apresentação de cada uma das participantes, de suas experiências e formação, e de suas expectativas, fomos, progressivamente, nos conhecendo e podendo dar formato aos conteúdos que seriam tratados no curso.

Dedicamos tempo para refletir sobre o processo de adaptação das crianças pequenas. Sobre a organização dos espaços, gestão da rotina, variedade e versatilidade dos materiais. Sobre a necessidade de que o currículo para essa faixa etária leve em consideração as conquistas genuínas dessa etapa: motricidade, linguagem/comunicação e socialização, e garanta acesso aos objetos da cultura que se façam relevantes neste momento.¹

Tratamos de aspectos relacionados à agressividade das crianças pequenas, que tanto aflige pais e educadores: mordidas, puxões, disputas por brinquedos. Cada uma das participantes pôde trazer contribuições de suas experiências para serem debatidas e ressignificadas.

Refletimos sobre os registros, a produção de pautas de observação e sobre a difícil tarefa de escrever relatórios a respeito das crianças.

Com base nas vivências que envolvem a configuração de espaços e usos de materiais diversos, discutimos as propostas relacionadas ao trabalho de arte.

Também tivemos a oportunidade de desfrutar de uma vivência corporal num encontro com o Marcola (professor de educação física e assessor do Espaço da Vila) e, assim, conceitualizar ainda mais sobre a importância do toque, do olhar e da disponibilidade física do educador para estar junto das crianças pequenas.

Dedicamos um encontro para troca de repertório de livros a serem lidos pelas crianças, os critérios para a escolha do que ler, e para o delicioso encantamento com as narrativas.

Fora isso, estreitamos a parceria estabelecida, demos boas risadas e partilhamos algumas preocupações.  Por isso, não há como não sentir que:

Quando um curso acaba...

                                                                                ... fica o desejo de continuar a partilha!

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 ¹ Foi uma grata surpresa ouvir Ana Malajovich falar a esse respeito no Seminário Internacional “Brincar e aprender – dois lados da mesma moeda?” ocorrido no dia 15/9.