Rodrigo Fonseca Palomares

Rodrigo Palomares estudou na Escola da Vila desde 1999. No terceiro ano frequentou algumas aulas do Programa de Revisões no primeiro semestre e cursinho paralelamente à escola no segundo semestre. Foi aprovado em Engenharia Civil na Universidade Federal de São Carlos.

 Por Rodrigo Fonseca Palomares

Já começo o texto pedindo desculpas, porque provavelmente será um pouco comprido. Isso por conta dos inúmeros acontecimentos que fizeram parte da minha trajetória rumo à faculdade. Desde a difícil escolha do curso até a tarefa muito complicada de conciliar família, amigos, escola e preparação para o vestibular.

Começo falando sobre a minha escolha pelo curso de Engenharia Civil. O processo que me levou a esta decisão ficou mais forte quando ingressei no Ensino Médio, pois foi onde passei a conhecer mais a fundo cada matéria e onde os meus horizontes começaram a se abrir. Percebi que, ao mesmo tempo em que eu tinha facilidade e gostava muito das matérias de Exatas, alguns conteúdos de História e Geografia, por exemplo, também despertavam muito o meu interesse. A única matéria que, desde o começo, eu soube que não poderia estar relacionada ao meu curso era Biologia (desculpa, Lua).

No Ensino Fundamental, cheguei a pensar em ser jornalista, mas o Ensino Médio me mostrou que o meu curso provavelmente seria relacionado à área de Exatas. Mesmo assim, ainda estava longe de decidir o que prestar, e foram algumas conversas que me mostraram que, talvez, o meu caminho fosse a Engenharia Civil. Lembro muito de um momento em que cada aluno era escolhido por pais de outro aluno para conversar. Fui escolhido por um engenheiro civil e uma arquiteta, pais da Giuk, e percebi que essa era uma área que me atraia muito. Em seguida, outras conversas com engenheiros me mostraram que o curso de Engenharia Civil tinha muito a ver comigo e me abriria um grande leque de possibilidades para trabalhar no futuro.

Agora vamos falar um pouco sobre a realidade do terceiro colegial. Desde o início do ano, sabia que o curso que eu desejava era muito difícil e que eu teria que estudar muito para ser aprovado. Mas, ao mesmo tempo, também sabia que seria o meu último ano na escola em que estudei desde o G1. Decidi, então, que, no primeiro semestre, ficaria tranquilo e, no segundo, iria fazer cursinho junto com a escola. Esta estratégia funcionou para mim, pois cheguei ao segundo semestre com bastante pique.

Este semestre final foi, como previsto, muito puxado e passou voando. Comecei com todo o gás, fazendo escola, cursinho e as lições de casa de ambos. Bom, isso durou aproximadamente uma semana. Então eu percebi que este ritmo era alucinante e que eu não conseguiria aproveitar o meu último ano na escola. Dessa forma, passei a tentar conciliar escola, cursinho e lazer, acontecendo de não prestar atenção em algumas aulas na escola, faltar a algumas no cursinho (desculpa, Sonia, tenho que falar a real) e sempre sair de final de semana para relaxar. Dessa forma, todos os momentos que eu tinha de estudo eram realmente de estudo, absorvendo o máximo de conhecimento possível, enquanto os de lazer eram para realmente relaxar.

Essa pode não ser a forma correta, mas foi a melhor forma que encontrei, e não me arrependo disso. O fato é que, nos meses que antecedem a prova do vestibular, você tem que começar a dar prioridade às coisas, tanto para o que é mais importante na escola ou no cursinho quanto para o que é mais importante dentro da sua vida social, porque tempo não sobra em nenhum momento. O vestibular assusta e é difícil, mas se concentrar somente nele é o maior erro que alguém pode cometer. Aumenta o seu próprio nervosismo e te priva das maravilhas que o terceiro ano do colegial pode te proporcionar.

Finalmente, vou falar a respeito do exame do vestibular (agradeço por continuarem lendo). Na minha cabeça, havia decidido que o que eu queria era fazer POLI, a Faculdade de Engenharia da USP, e estava determinado a fazer um ano de cursinho, caso não conseguisse passar esse ano. Mesmo assim, prestei ENEM, UNESP e UNICAMP, por desencargo de consciência. O fato é que eu concentrei todas as minhas atenções na FUVEST e acabei ficando muito, mas muito, mas muito nervoso no dia da prova. Fui pior do que eu sabia que tinha capacidade e não passei para a segunda fase por apenas dois pontos. Foi um grande baque para mim.

Com relação aos outros exames, fiz as provas com muita tranquilidade e consegui bons resultados. Fiz uma grande pontuação no ENEM e passei para a segunda fase da UNESP com folga. A partir deste momento, comecei a repensar as minhas decisões e a ver que a USP não era a única faculdade de qualidade, mas ainda me mantinha fiel à ideia de fazer um ano de cursinho, pois mudar de cidade me assustava muito (ok, ainda me assusta).

Em um primeiro momento, passei na minha segunda opção no ENEM, que era Engenharia de Produção na UFSCar de Sorocaba, e, a princípio, nem dei muita bola. Porém, após algumas conversas com familiares e amigos, passei a dar muito mais valor a tudo que eu estava conquistando, a valorizar o quanto eu havia estudado e a repensar a ideia de mudar de cidade. Conversei então com o meu primo, que estuda na UFSCar, e fiquei muito animado, pois vi que mudar de cidade significava começar uma nova vida, mas sem deixar a sua antiga para trás. Dessa forma, quando recebi a notícia, no dia 18 de fevereiro, de que eu havia sido aprovado em Engenharia Civil na UFSCar, fiquei muito, mas muito feliz, e penso estar pronto para essa nova etapa, que me assusta muito, mas que, com certeza, me fará amadurecer e será de extrema importância para minha vida.

Assim, termino o que, aparentemente, é a minha última tarefa para a escola um tanto emocionado, por tudo que vivi nela, mas com um sentimento de que aproveitei este período da minha vida da melhor forma possível. Passar no vestibular foi importante, mas nem se compara com a importância das amizades que fiz com alunos e professores e com tudo que vivi neste ambiente durante essa fase da minha vida que acabou, mas que levarei comigo para sempre.