A construção da identidade de grupo na Educação Infantil

Por Andréa Polo e Juliana Karina Oliveira (Professoras de G3 e G2)

Esperamos que, na escola, as crianças vivam diferentes experiências de convívio, que as definam como únicas num espaço coletivo. Rodas embaixo da árvore, palavras mágicas para iniciar uma leitura, lampião ou tecido colorido especialmente arrumado para o momento da história são algumas ações que concorrem para a construção da identidade dos grupos e suas rotinas.

Conhecer o outro requer experimentar a vivência de situações para além do diálogo, da comunicação verbal, nas quais o gesto, a delicadeza ou a força do toque comunicam, para cada criança, de forma diferente, o que significa conviver e compartilhar um espaço.

Atualmente, fora do contexto escolar, observamos que há poucas situações de convívio. Nem sempre é fácil promover encontros familiares ou entre muitos amigos regularmente. Assim, a escola é um espaço privilegiado para o cultivo das relações interpessoais.

É na Educação Infantil que as crianças começarão a desenvolver o olhar para o outro. Em muitas situações e também por meio de brincadeiras e de outros momentos repletos de acolhimento mútuo, como quando promovemos situações de relaxamento e de massagem, quando elas podem se tocar e perceber o movimento e a delicadeza das mãos que passeiam por seu corpo, olhar nos olhos do outro, proporcionar sentimentos positivos, como respeito, encorajamento, segurança e, principalmente, a ideia de pertencimento ao grupo.

Imagine ter à sua volta pessoas queridas, com quem você compartilha seu dia-a-dia, suas descobertas, frustrações e êxitos, que se preocupam e se organizam para te aconchegar no meio de um “ninho”. Ou,então, imagine brincar de se esconder entre os tecidos e ter a surpresa de vários sorrisos à sua volta quando você aparecer!

Para nós, educadores, estes rituais de constituição de grupo são capazes de transmitir sentimentos tão intensos que não poderiam ser traduzidos em palavras.