As brincadeiras tradicionais e a construção da identidade cultural

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Por Andrea Tambelli e Tucha Kira (Professoras de G1)

Esconde-esconde, pega-pega, mãe da rua, barra-manteiga, amarelinha, morto e vivo, quente e frio, corre cotia, cinco marias...

Estas e outras brincadeiras tradicionais que fazem parte da infância de todos nós sobrevivem graças às práticas sociais e culturais que permanecem no tempo.

Por conta da modernidade e da tecnologia, os brinquedos e as formas de brincar mudaram muito. Assim sendo, o ambiente escolar precisa garantir que os jogos e brincadeiras tradicionais ocupem um espaço privilegiado, pois é fato que as crianças dos grandes centros urbanos têm menos oportunidade para brincar nas ruas e pracinhas do que as de antigamente, sendo, portanto, menores as chances que têm de aprender e trocar repertório.

Na Educação Infantil, planejamos diversas atividades envolvendo a prática de jogos e brincadeiras tradicionais. Cada grupo (G1, G2 e G3) garante um repertório, que vai sendo ampliado progressivamente. Desta forma, garantimos este espaço de transmissão, elaboração e recriação de cultura desde os primeiros anos de vida.

No Grupo 1, temos uma unidade de trabalho, intitulada “A infância dos avós” e, dentre os objetivos deste estudo, está o de resgatar brinquedos e brincadeiras de uma infância um pouco mais distante no tempo. Nosso intuito é recuperar jogos e brincadeiras coletivos e/ou de rua, para que as crianças os aprendam, e também mostrar que os avós brincavam das mesmas brincadeiras que lhes ensinamos ou que o que conhecemos hoje são variações das mesmas. Avôs e avós nos contam como, com quem e onde brincavam, se em casa, na rua e na escola, com irmãos, primos e outras crianças mais velhas. Contam dos brinquedos que eram comprados, dos brinquedos que eram construídos...

Como se pode ver, acreditamos na importância das brincadeiras sociais como patrimônio da cultura. Para nós, ensiná-las é promover a construção da identidade cultural.