-
Por Angela Kim Arahata e Maíra Carmo Marquez
No final de 2011, teve destaque na imprensa a notícia da compra de lixo hospitalar americano por uma empresa brasileira que utilizava o material para confeccionar forros de bolso. Alguns dias depois, Antonio Prata, cronista da Folha de S. Paulo, publicou um texto sobre este tema. Veja como ele começa:
“Sei que no escândalo do lixo hospitalar americano eu deveria me surpreender é com os lençóis sujos de sangue, que por caminhos escusos vieram dar aqui nestes costados. Acontece que nós, os cronistas, somos uns sujeitos meio zarolhos, como essas crianças que tiram o carrinho da caixa e passam a brincar, entusiasmadas, com a caixa. Pois me chamou menos atenção a origem criminosa dos lençóis do que o seu particularíssimo destino: virar forro de bolso, no ‘Império do Forro de Bolso’”.
Como podemos observar, a crônica é um gênero literário muito ligado ao jornal, sobre os temas mais diversos, desde fatos corriqueiros até grandes acontecimentos. E o cronista é aquele que tem um olhar “meio zarolho”, que olha para as coisas de modo enviesado e cortante. Por isso, apesar de mergulhado no presente, se distancia dos fatos para narrá-los e olhá-los com outros olhos.
O objeto de estudos do 1º trimestre do 1º ano é a crônica. É esse gênero literário que une as três frentes de trabalho de LPL: o estudo da literatura, a produção de textos e a reflexão sobre a língua. Durante este período, nos debruçamos sobre diversas crônicas, tanto para analisá-las como para escrevê-las. Durante esse percurso, os alunos colocaram óculos coloridos para ver o mundo.
Convidamos você a experimentar estes óculos, conhecendo alguns textos produzidos por nossos alunos.
Boa leitura!
Manual de sobrevivência para o centro de São Paulo - Joana Reis Frazão
O violinista - Mariana Piteri Duarte