-
Por: Aline Evangelista, Erica Santos, Fabiana Carneiro, Luiza Moraes e Natalia Zuccala
Diante da situação de produzir um texto, somos sempre guiados por perguntas centrais, que determinam toda a tomada de decisão: o que preciso escrever? Com que finalidade? Para que destinatário? Essas questões delineiam os parâmetros da situação comunicativa e orientam o processo de composição.
Em geral, a tarefa é difícil, mesmo para adultos experientes. Não raro, quando temos de escrever, consultamos materiais, buscamos modelos para tomar como referência, pedimos a outros leitores que opinem sobre a clareza, o tom, o grau de formalidade etc. Não há dúvida de que se trata de uma tarefa complexa, que nos impõe uma série de desafios. Sendo assim, fica evidente que, se a escola pretende conservar, tanto quanto possível, a complexidade e as características das práticas sociais de leitura e de escrita, é preciso assumir que os projetos didáticos criados para esse fim exigem tempo e investimento: a preparação, a realização e a avaliação demandam muitas etapas, muitas idas e vindas, até que se tenha em mãos um material pronto para ser publicado.
Esse esforço se justifica por diversas razões, dentre as quais destacamos as seguintes:
- a redução da dicotomia entre leitura e escrita - nos projetos, os alunos escrevem para ler melhor e leem para escrever melhor;
- o sentido da atividade, uma vez que o produto final vislumbrado (um livro, uma apresentação, um blog, um site, uma revista etc.) possibilita a construção de horizontes de expectativas e cria boas condições para que o aluno tenha consciência sobre os objetivos de aprendizagem;
- os modelos analisados oferecem parâmetros claros, que ajudam a construção compartilhada dos critérios de avaliação;
- a oportunidade de trabalhar com textos desafiadores, cuja produção requer investimento e promove avanços consideráveis na competência escritora.
- o prazer de ver os textos produzidos circulando, sendo lidos, discutidos, comentados e apreciados.
É sobre a última das razões citadas acima que queremos conversar hoje. Alguns dos produtos finais dos nossos projetos estão prontos para serem compartilhados com a comunidade escolar:
- os sites de literatura fantástica, produzido pelo 6º ano
- a Revista Everest, produzida pelo 7º ano. Esta publicação já conta com notícias, entrevistas e reportagens, mas, como toda revista, ela está sempre em movimento, de modo que novos textos estão sendo preparados para futuras postagens.
O fato de as publicações serem virtuais amplia a possibilidade de circulação desses textos, o que nos anima bastante. Afinal, é gratificante saber que o fruto de tanto empenho pode ser compartilhado com muitos leitores. Cada um dos textos publicados nos sites e na revista traz consigo uma longa história de planejamento, produção de muitas versões, discussão, revisão e reelaboração. Ao longo desse processo, os alunos aprendem muito sobre os gêneros estudados, sobre os procedimentos do escritor e sobre a língua. Todas essas aprendizagens são fundamentais e centrais no nosso projeto pedagógico.
Acrescentamos, ainda, um aspecto que, no nosso entendimento, precisa estar sempre bem presente quando se pensa no ensino de língua portuguesa na escola: ao ver seus textos circulando e sendo lidos, não apenas pelo professor, mas por uma variedade de leitores, os alunos tomam consciência de que são capazes de “dizer por escrito, colocar a própria palavra por escrito e, por meio dessa aprendizagem, compreender melhor a estrutura, a força elocutória e a beleza dos textos que outros produziram”¹.
Assim formamos leitores e escritores: cidadãos que circulam com tranquilidade e segurança pela cultura letrada, com a certeza de que, pela palavra, podem participar ativamente da sociedade de que fazem parte.
É com muito orgulho que apresentamos aqui o resultado de um trabalho árduo e cuidadoso, levado a cabo pelos alunos de 6o e de 7o ano.
Boa leitura!
Sites de Literatura Fantástica:
6ºs anos A e B
6ºs anos C e D
PS – Entre novembro e dezembro serão lançadas as publicações impressas: o livro de fábulas do 6º ano, o livro de contos do 8º ano e o livro de poemas do 9º ano. Aguardem!
-
¹ FERREIRO, Emilia. “Sobre as não previstas, porém lamentáveis consequências de pensar apenas na leitura e esquecer a escrita quando se pretende formar o leitor”. São Paulo: Centro de Formação da Escola da Vila, 2010.