Discussões que aconteceram no grupo de formação sobre Orientação Educacional.

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Por Angela de Crescenzo e Vera Barreira

O que orientar? Para que se orienta? Por que se orienta? Qual é o limite da escola? E qual é o limite da atuação do orientador educacional?

Essas foram algumas questões que alavancaram as discussões do grupo de estudos que se encontrou todas as quintas-feiras à noite ao longo deste ano. Formado por orientadores de escolas de São Paulo capital, São José dos Campos, São Bernardo do Campo, Santo André, o objetivo foi refletir sobre as questões que os Orientadores Educacionais (OEs) têm enfrentado no cotidiano escolar, o perfil dessas novas gerações, e também sobre as novas demandas que as famílias têm trazido.

A Orientação Educacional tem seu significado construído na dimensão do contexto histórico e está totalmente relacionada a ele. Nas décadas de 1920-1930 a função do Orientador Educacional era a de aconselhamento profissional, mas, de lá para cá, muitas coisas se modificaram e com elas as funções do OE também se ampliaram muito.

A sociedade está passando por mudanças no contexto social e familiar que vêm exigindo da escola uma ação diferenciada daquela que costumávamos ter. As famílias estão mais próximas do estudo dos filhos, mas muitas vezes com um caráter superprotetor, o que tem dificultado a aquisição da autonomia necessária por parte dos alunos, que gera uma incapacidade de tolerar insucessos e frustrações.

Nossas discussões tiveram início com a leitura e discussão de alguns textos de teóricos que descrevem, caracterizam e analisam a família contemporânea e o contexto atual.

Ao longo do ano, esse grupo estudou mais a fundo as características de cada faixa etária do Ensino Fundamental, as etapas do desenvolvimento moral das crianças, a atuação em entrevistas individuais com as famílias, a importância de um projeto claro de formação e informação dos pais através das reuniões de pais, o planejamento e a condução dos conselhos de classe, as parcerias com especialistas que atendem os alunos fora da escola.

Tivemos alguns convidados que nos ajudaram a refletir a respeito da inclusão, sobre a crise na educação do ponto de vista de Hannah Arendt, e atividades focadas no desenvolvimento moral que são fundamentais no trabalho com os alunos.

Foi um grande prazer ter trabalhado com esse grupo, que se mostrou envolvido e entusiasmado com essas questões, com as leituras e atividades que desenvolvemos.