Últimos dias para ver William Kentridge na Pinacoteca!

Por Maria da Penha Brant – mãe de aluna, ex-professora e sempre colaboradora da Escola da Vila

Fortuna é o título dado à mostra de William Kentridge, em cartaz na Pinacoteca do Estado de São Paulo, de terça a domingos, das 10h às 18h. Uma oportunidade única para professores e seus alunos, para toda a família, para todos nós!

Concebida especialmente para o Brasil, com obras criadas entre 1989 e 2012, a exposição propõe o olhar para uma vasta produção, com 184 gravuras, 38 desenhos, 35 filmes e animações, 21 esculturas e duas vídeo instalações.  Entretanto, segundo Lilian Tone, responsável pela curadoria, o excesso aqui surge para examinar o processo artístico de Kentridge, tema fundamental na conversa sobre sua produção.

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Em palestra ministrada na ocasião da abertura da mostra, o artista sul-africano explora os significados de Fortuna, montada como um grande estúdio, um espaço onde as imagens migram de um projeto para o outro, de uma mídia para outra. Ao utilizar a palavra “estúdio”, Kentrigde parece sugerir que examinemos seu espaço de trabalho de forma aberta.

Isso quer dizer, em suas palavras, “algo que começa com uma pequena imagem e pode, então, espalhar a ideia para um desenho maior daquela mesma imagem, a qual pode tornar-se parte de uma escultura, que pode então, ser utilizada no teatro.”

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Félix in exile

O espectador (incluindo as crianças), será levado, no decorrer do contato com sua obra, a compreender como o pensamento plástico, vai tomando forma, encontrando-se com um, nas palavras do artista, “tipo de fúria das coisas diferentes, sendo instável e passível de ser modificado quanto à forma, de mídia a mídia.”

Nas mãos de William Kentridge essa “fúria das coisas diferentes”, que se dá no estúdio, espaçoso e cheio de possibilidades tecnológicas, se torna lírica.

Fortuna parece ser um poema visual.

Seria excessivo dizer que ela nos leva para muito além desse grande estúdio?