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Por Sônia Barreira
Nos dois posts anteriores, sobre a Vila na Granja, falamos sobre a nossa vocação de fortalecer novos projetos educacionais com a mesma filosofia de trabalho e a mesma visão pedagógica. É algo que está na essência da escola, no DNA do projeto pedagógico!
É claro que já poderíamos ter preparado materiais didáticos que facilitassem e organizassem essa expansão. Por que isso não aconteceu? Simplesmente porque, no nosso projeto, a autoria, a criação do professor é algo fundamental. Por isso, investimos tanto na construção de propostas de formação continuada, para que os professores possam avançar e para que possam transformar a Vila. Não queremos professores reprodutores, queremos professores autônomos e capazes de promover as mudanças necessárias.
A consequência natural é a de que a Vila muda todo ano. Para os saudosistas, isso pode ser triste, mas para quem vai mais fundo na análise, sabe que não é possível fazer uma escola apenas reproduzindo a tradição. É preciso inventar novas soluções, propor novos projetos, incrementar as situações de aprendizagem, definir novos textos e livros para serem lidos. É preciso acompanhar nosso próprio tempo.
Porque estamos abertos a mudanças, temos segurança para reconhecer e manter convicções, mesmo quando elas não agradam a todos, como algumas práticas adotadas pela escola, algumas regras, e também alguns projetos e atividades.
Uma delas, simples, mas polêmica e emblemática, é o trabalho em duplas. Por que desde a Educação Infantil até o final do Ensino Médio fortalecemos propostas de trabalho em duplas? Por que nossos alunos sentam em duplas? Por algumas razões, entre as quais destaco:
- Para aprender a trabalhar com todos os colegas, sejam eles mais ou menos capazes e competentes, sejam eles mais ou menos concentrados, sejam eles mais ou menos fáceis de estabelecer o diálogo e o relacionamento. O outro, numa escola, é um desafio, não um obstáculo, nem uma bengala. Da mesma forma, no mundo do trabalho ou no mundo familiar. A qualidade das relações interpessoais é algo a ser aprendido!
- Para potencializar a aprendizagem, uma vez que entre o eu e o outro constrói-se uma nova possibilidade de compreender desafios, de recrutar informações para resolver problemas e de entender explicações. Ou seja: aprender em parceria traz novas e surpreendentes condições de aprendizagem.
Mudar e permanecer... Essas, assim como outras características do nosso trabalho, estarão presentes hoje e amanhã, aqui e ali, na Granja, no Butantã, no Morumbi... em todas as nossas Vilas.