Planejar, por que todo ano?

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Por Sônia Barreira, Fernanda Flores e Vania Marincek 

Um novo ano letivo teve início nesta terça-feira, quando os alunos reiniciaram suas rotinas, conheceram seus novos professores e colegas, e se preparam para enfrentar novos desafios.

Antes, porém, professores, orientadores e todos os demais educadores já se encontravam trabalhando havia alguns dias. Em geral, contamos com uma semana toda para o planejamento. Em outras ocasiões, dispusemos de menos tempo, como neste ano de Copa do Mundo e de eleições.  A questão é: “Por que planejar tanto?”. “Qual o sentido de antecipar o que está por vir quando a maior parte da equipe já realizou o mesmo trabalho no ano anterior?”

É claro que há, em todos os setores, uma demanda organizacional, novas listas de nomes, pedidos de materiais, arrumação das classes, estruturação de horários, e tudo o que é necessário para garantir que as coisas aconteçam e que os alunos possam se adaptar com facilidade às mudanças de cada série.

Mas, em cada segmento, é preciso revisar os pontos avaliados no ano anterior para superar as falhas detectadas, adicionar novas ideias advindas dos estudos internos e do debate nas equipes de trabalho, e incorporar outras possibilidades fecundas de aprendizagem. É preciso, sobretudo, debater e procurar um aprofundamento na construção de melhores práticas de ensino, na constante busca de que cada aluno assimile os conteúdos propostos na nova etapa de sua vida escolar, atribuindo-lhe sentido, principalmente ao que faz e vive nesse ambiente.

Essa preocupação pode parecer estranha aos leigos, pois é de se supor que quem atua profissionalmente com o ensino já saiba como fazê-lo. E aí está uma das principais diferenças da nossa equipe: estamos sistematicamente nos questionando e analisando a forma de concretizar nossas intenções educativas. Como consequência, sempre surgem novas possibilidades, para que os alunos aprendam mais, de forma mais significativa e com maior desenvolvimento pessoal.

Ensinar como foi a Revolução Francesa, o teorema de Pitágoras ou o verbo To Be pode parecer algo simples, mas na nossa escola, com nossa metodologia, significa tomar uma série de decisões que só podem ser realizadas a partir de discussões pautadas em princípios claros e fundantes de nosso projeto sobre a melhor maneira de fazê-lo. Assim, consideramos que, para de fato haver aprendizagem significativa por parte do estudante, é imprescindível que a situação de ensino:

• favoreça o diálogo, a troca e o trabalho cooperativo;

• ajude o aluno a estabelecer relações entre o conhecimento novo e o que já tinha;

• coloque o aluno como protagonista de seu percurso de aprendiz e garanta que se responsabilize pelo seu processo de aprendizagem e pela aprendizagem coletiva;

• obrigue o aluno a refletir,  argumentar,  relacionar e duvidar, ou seja, que garanta a atividade mental;

• instigue a perseverança na resolução de problemas, individual e coletivamente;

• respeite os ritmos e processos diferentes na diversidade da sala de aula;

• incentive a criatividade, a curiosidade e o desejo de seguir aprendendo.

Este ano, apesar de contarmos com um calendário apertado, nossa equipe transitou nas últimas duas semanas entre cursos do Centro de Formação e o planejamento pedagógico. Com certeza, ao nos encontrarmos com nossos alunos, já estaremos bastante aquecidos, prontos para desafiá-los!

Bom ano para todos!