Duas faces de uma mesma moeda.

Por Zélia Cavalcanti

Os profissionais da Escola da Vila são inquietos, estão sempre envolvidos em novos desafios, em diferentes propostas de trabalho e formação. E isso não é por acaso: faz parte do DNA da Escola da Vila, que, como muita gente sabe, desde sua fundação, é ao mesmo tempo uma escola e um centro de formação para sua própria equipe e para profissionais de outras instituições.

Quem chega para trabalhar na Vila fica logo sabendo que Escola e Centro de Formação são frentes de trabalho inseparáveis, alinhadas em processos de intensa integração entre o atendimento às necessidades de formação interna, o trabalho que essa formação produz nas classes, a reflexão sobre a qualidade da atividade docente, e o planejamento de ações que promovam a socialização para profissionais de outras instituições, de boas experiências pedagógicas.

Na convivência diária, em pouco tempo, aprende-se que as reuniões de equipe, as supervisões de didáticas específicas e as assessorias para projetos realizadas por profissionais externos, somadas aos cursos, aos grupos de estudo, seminários, congressos em que cada um se envolve, perdem sentido se deixarem de promover a ampliação da qualidade da ação docente, tanto nas salas de aula da escola quanto nas atividades de formação oferecidas pelo Centro de Formação.

Como consequência, tem sido quase natural que, no percurso de integração ao trabalho de equipe na Escola da Vila, o desafio de ser também professor-formador interno e em atividades do Centro, poder comunicar a outros o conhecimento pedagógico que vem construindo, passe a fazer parte das aspirações de nossos profissionais.

No entanto, à medida que o professor ganha experiência em atividades de formação, o papel que elas exercem em sua vida profissional se modifica: deixam de ser um lugar em que põem em jogo suas condições docentes para o compartilhamento de saberes pedagógicos para se transformar em um espaço de aprendizagem; isso porque as questões advindas da formação inicial dos profissionais envolvidos − os questionamentos surgidos em cada atividade formativa que realiza −, passam a funcionar como bons indicadores dos aspectos de seu conhecimento pedagógico e de procedimentos de formação, que precisam ser ampliados e aperfeiçoados. Ou seja: ao mesmo tempo em que influenciam o desenvolvimento profissional de outros professores, seu próprio desenvolvimento profissional é também influenciado pelas necessidades e questões trazidas por aqueles que forma.

Por isso, nossos professores são sempre incentivados e apoiados em seu desejo de somar à docência nas classes da escola a atuação como formadores do Centro que, com sua programação ampla e diversificada, contribui para que os benefícios das atividades que organiza cheguem às nossas e a outras classes, aos nossos e a outros profissionais.