Espaços educativos que fazem a diferença

Por Sonia Barreira

Todos nós participamos da educação das nossas crianças. A Escola, respondendo às demandas de parte da sociedade por meio de um Projeto Pedagógico, ou seja, de um conjunto de propostas que concretiza um tipo específico de formação. Mas isso não isenta todos os demais − atores sociais de algum tipo de participação num Projeto Educativo mais amplo −, desejado e concretizado muito além dos muros da escola.

Vez por outra temos a oportunidade de observar como diferentes cidades, comunidades, grupos sociais se mobilizam para participar desse projeto educacional.  E nem sempre ficamos felizes em comparação com o que temos por perto.

Em viagem pelo Centro de Estudos da Escola da Vila, me antecipei ao grupo de professores e diretores que viajarão conosco para conhecer uma série de escolas e projetos (sobre os quais falaremos nos próximos dias) e tive uma dessas experiências de dar inveja a nós brasileiros.

Trata-se do The New Children’s Museum da cidade de San Diego, Califórnia. Essa instituição tem como missão “estimular a imaginação, a criatividade, o pensamento crítico das crianças e suas famílias em experiências inventivas com a arte contemporânea!”

Instalado num espaço generoso e agradável no centro da cidade, o museu oferece experiências simples, diversificadas e muito convidativas.

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As crianças podem começar a visita com um pouco de atividade física, explorando uma incrível estrutura bonita e desafiadora.

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Podem passear nos caminhões com diferentes formatos de caçamba, percorrer caminhos desenhados para serem ruas, e podem também parar na “oficina” e explorar o “motor”, trocar peças e tentar entender o funcionamento daquela máquina tão especial.

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Ou, ainda, podem simplesmente desenhar, recortar, pintar livremente na companhia de seus pais e irmãos. Se estiverem sem ideias, há como aprender a fazer umas borboletas num molde simples e engenhoso para compor, depois, um painel colorido. Há um cantinho especial para as crianças deixarem registradas, em pequenos caderninhos, suas memórias desse dia divertido, escrevendo, desenhando ou ambos.

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Além disso, o museu proporciona as experiências mais comuns e divertidas da infância, de modo inusitado e empolgante, como as bolinhas de sabão em plataformas generosas e potentes, e as histórias que podem ser ouvidas num espaço especialmente desenhado para isso, no qual as crianças são convidadas a descansar e ler um livro.

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Os espaços para o “faz de conta” agradam a todos, como a casinha, os blocos para construção, as fantasias, a pia de cozinha gigante, e muitas outras propostas.

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Oferecem oficinas dirigidas, como o “cuidado com as galinhas”, a produção de papel, e a oficina de jardinagem no espaço externo.

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E, como se não bastasse, há os cursos de verão para diferentes idades. Os pais podem alugar o espaço para a realização de festas de aniversário e, se preferirem, durante o passeio, há uma lanchonete muito especial para as refeições.

Mas a exploração das diversas linguagens e áreas não para por aí. Há muitas outras propostas interativas, e o que mais me emocionou foi ver esse pequeno ser explorando o som e o eco.

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O Museu tem dois estandes de venda de brinquedos alternativos, bem discretos e com poucas opções. De fato, o consumo não é a tônica desse museu.

Fiquei encantada e quis compartilhar com todos essas ideias fáceis de serem reproduzidas, recriadas, adaptadas. Com certeza, temos propostas de espaços interessantes em nossa cidade, em nosso país, mas elas são poucas e não atendem à demanda.

Bom seria se voltássemos a discutir o potencial da cidade para contribuir com a educação das nossas crianças. Fica o convite à reflexão.