“O coração delator”, de Edgar Allan Poe

A história começa com um homem narrando os fatos do passado do lugar onde ele está no presente, que provavelmente é uma prisão. Ele conta que trabalhava para um velho que tinha um olho azul envolvido por uma membrana, de uma cor diferente de seu outro olho. O velho nunca tinha feito mal ao homem, no entanto, ele ficava cada vez mais perturbado e fascinado com seu olho branco. Uma noite, enquanto o velho dorme, ele vai ao seu quarto com uma lanterna e faz barulho sem querer, acordando-o. A tensão no quarto escuro só aumenta e o homem consegue ouvir as batidas de seu coração. Isso o perturba e ele abre a lanterna, conseguindo ver apenas o olho branco do velho. Furioso, ele se lança sobre a cama e o derruba no chão, matando-o. Depois, quando o coração para de bater, ele esquarteja o cadáver e o esconde embaixo do chão. No dia seguinte, os policiais vão até sua casa para investigar o sumiço do velho. O homem está tranquilo, até que começa a ouvir novamente as batidas do coração do velho, e isso o aflige. Os policiais não ouvem o coração bater, e sua aflição só aumenta, até que ele revela o crime que cometeu.

Na história, as personagens são o velho e o homem, que está narrando o conto. É narrado em primeira pessoa então, tendo um único personagem multifacetado, que é o homem. Nada se sabe muito a respeito do velho, mas supõe-se que o homem (narrador) seja enfermeiro dele. Ele não dá muita descrição sobre o velho, apenas sobre seu olho, que é o objeto de seu foco. O narrador deste conto é bem peculiar; não tem nome e apresenta sinais de insanidade ao longo do conto, enquanto procura narrar o que acontece, e algo bem marcante é a frequência com que ele se dirige ao leitor no meio de sua narrativa. Os fatos são narrados com ele contando do presente algo que aconteceu no passado. É interessante observar como a loucura e aflição do narrador cresce ao longo do conto, enquanto ele conversa com o leitor, como dito anteriormente.

O espaço onde o conto acontece é a casa do velho, mas ela não é muito descrita (só são descritos o chão de madeira e as janelas com as venezianas fechadas). No entanto, pelo modo como o narrador fala, dá a impressão de que a casa tem um aspecto sombrio e antigo e está sempre em uma penumbra. Isso ocorre também porque a maioria dos fatos é narrada à noite, quando acontece o clímax. A atmosfera sombria está sempre presente no conto e se destaca principalmente nas horas em que o narrador está no quarto do velho, à noite, e descreve como o quarto é escuro (pois as venezianas são fechadas) e ele tem que usar uma lanterna.

Os aspectos que mais se destacam no conto são os da atmosfera sombria e da insanidade, além da “conversa” do narrador com o leitor. Durante todo o conto, o narrador fala de um jeito calmo e depois tem uns “surtos” de loucura, principalmente durante suas “conversas” com o leitor, quando ele diz que não está louco, pois como vemos, sua loucura cresce durante o conto.

 

Joanna Bass Cavalera, 1°B

Comments are closed.