O Menino das Cinco folhas

por Luiza Pimentel, Luiza Tokita, Ricardo e Francisco

Era uma noite muito fria, com ruas vazias, sem nenhuma estrela no céu. Como se o sereno comesse a cidade de uma forma secretamente rasteira. Na rua Europa, uma rua sem vida e vazia, de repente um clarão no quintal da casa ofuscou os olhos de um velho casal. Na pequena casa número 72. Era meia-noite. Bateram na porta da casa do casal, que rangeu como se quisesse dizer algo. Os idosos atenderam a porta e se depararam com um menino. Que falou:

– Boa noite, desculpe incomodar… – disse o menino até ser interrompido pela velha:

– Quem é você, sai daqui agora e vá para a sua casa, já é muito tarde!! – disse a velha muito irritada.

– Me desculpe, senhores, mas… não tenho abrigo… já vou indo boa noite e obrigado pela atenção-  disse o menino intimidado e apressado.

– Mas o que… você não tem abrigo?!… – disse o velho.

– Pode ficar aqui por um tempo… se precisar – disse o velho olhando pra velha para ver sua reação, nada boa

– Está bem, mas… Não pisa na cozinha, não sobe nos quartos…- disse a velha subindo as escadas e batendo os pés.

O menino aparentava ter dez a doze anos de idade, tinha saúde, mas tinha uma coisa estranha, cinco folhas nascendo em suas pernas, não saiam. Era mágico.

Tommy, que ficou no sofá da sala, estava quase pegando no sono quando de repente  sentiu uma leve cócega em suas pernas e viu que uma de suas folhas havia caído, não eram mais cinco folhas em suas pernas, e sim quatro.

No dia seguinte, a velha acordou e desceu para tomar seu café, quando viu o menino em seu quintal, regando as poucas flores que ainda estavam vivas, algumas amarelas outras rosas e azuis e outras marrons e secas como se tivessem torradas. A velha entrou no quintal e exclamou:

– O que é isso? O que você está fazendo com minhas plantas? Está estragando meu quintal!

– Bom dia, senhora! Estou apenas regando suas plantas. Estão um pouco desbotadas, não? – disse Tommy, rindo…

– Saia já daí! – disse ela, estranhando o menino.

– Sim, senhora, desculpe – disse ele, e entrou na casa.

Passou um bom tempo e já era fim de tarde, o sol já estava quase desaparecendo e os idosos liam calmamente em suas poltronas, quando o menino chegou e começou a falar:

– Venham, venham! Vocês vão perder o lindo por do sol que está fazendo hoje, venham, venham rápido, venham ver! Daqui a pouco não vai dar mais para ver.

– Mas o quê? Você me atrapalhou na leitura por conta de um simples por do sol? – disse a velha resmungando.

– Me desculpe, senhora, é que está muito bonito! Não podia deixar de falar – disse Tommy com ar  calmo. Você gostaria de vir? – disse ele, se dirigindo ao velho.

– É claro que  não, garoto, saia daqui! – disse a velha mais irritada ainda.

– Se está tão bonito assim… Hum… Eu acho que vou. – disse o velho com um olhar de medo para a velha.

Mas logo saiu da sala junto a Tommy.  Pareceu a Tommy que a velha controlava o velho. Tommy estava entusiasmando e, sua segunda folha caiu.

Nem deu tempo de se perguntar por que aquilo tinha acontecido novamente, pois o velho já estava falando com ele. O menino se emocionou, ficou preocupado com o que podia acontecer.

Sentaram na cadeira da varanda começaram a conversar ! O velho se emocionou e disse:

– Isso… isso… – falou o velho gaguejando –  Lembra minha infância, correndo atrás do cachorro, andando de carrinho de rolimã, passeando no parque, brincando de pega-pega, pulando a corda, jogando bola. Bons tempos eram esses. – disse o idoso, emocionado.

Os dois começaram a conversar juntos na varanda dando risadas e contando histórias. Em um momento o velho observou que ao brincarem e conversarem um pouco, Tommy tinha folhas em suas pernas e que uma delas caiu, o idoso estranhou, mas ficou quieto. A velha começou a olhar aquilo pela janela, aquela amizade sendo criada, pareceu ficar com ciúmes e resolveu querer se aproximar, mas ainda estava um pouco insegura e indecisa se devia fazer isso, tinha que continuar sendo dura, mas ela se perguntava por que.

Passaram quatro dias após isso, a situação continuou a mesma, todas as tardes o velho e Tommy na varanda observando o por do sol, tentaram chamar a velha mas… ela não ia, por nada.

Também agora nas manhãs de inverno, úmidas, mas felizes, com as árvores em um tom de vermelho alaranjado como o Sol, não era apenas Tommy o menino regando as flores, e sim ele e o velho.

A idosa, que apenas sofria calada tentando esconder o afeto pelo menino,  estava esperando ele ter uma reação com ela. Pois bem, isso que aconteceu,  estava indo ao super mercado quando Tommy chegou e perguntou se ele podia ir junto a ela, ela tentando manter seu papel de chata, disse que sim, mas só se ele não abrisse a boca. Os dois estavam saindo quando Tommy tropeçou no degrau da escada e a velha cedeu, começou a rir muito e o menino também e então começaram a conversar sobre a vida, rindo. A quarta folha caiu.

Uma semana se passou e os idosos falaram:

– Para onde pretende ir? – perguntaram com um ar de preocupação.

– Não sei ainda… – respondeu o menino.

– Pode ficar aqui mais um tempo, se quiser – disse a velha intimidada.

O menino aceitou. Os velhos depois de passarem os dias junto com o menino, estavam gostando muito dele, eles lhe deram um enorme quarto, roupas novas, o colocaram na escola. Era como um filho. Chegou o último dia na casa para Tommy. Para se despedir o casal decidiu dar uma festa. Convidaram amigos de infância, vizinhos com seus filhos, colegas de Tommy do colégio e algumas outras pessoas.

A festa estava boa, até que o menino observa sua perna. Sua última folha estava meio fraca, preste a cair. Não tinha o que fazer. Subiu ao seu  quarto no segundo andar despercebido, e não voltou mais a festa.

Os velhos se divertiram bastante e esqueceram de Tommy. Algumas horas depois, todos os convidados foram embora. Só restou os velhos cansados, porém felizes. Arrumaram a casa e foram se despedir do menino e lhe dar o presente tão esperado, comprado para ele. O velho e a velha foram pegar o presente, mas não acharam Tommy, foram ao segundo andar e nada, os senhores desesperados começaram  a correr pela casa enxergando apenas a luz do luar, a cada passo que davam, a tabua do chão estremecia, respirando profundamente o velho começou a tremer  e começou a correr na direção ao quarto de Tommy. Conseguiu ver,  por uma fresta na porta do quarto, uma luz leve, uma luz de esperança.  Aliviados, ele foi ao quarto, abriu a porta. Mas só a janela aberta e uma folha caída no chão.

O Homem invisível

por Lucas, Luana, Clara e Julia

Era na rua beija-flor, as 4:30 da manhã. Não havia carros estacionados nas ruas. Os raios de sol nem haviam aparecido de trás das nuvens. O vento soprava fortemente batendo nas janelas de um pequeno edifício decaído, que  ficava do lado direito da rua, próximo a uma sapataria. No nono andar do prédio, subindo pelas escadas de cor marrom gasta, com as belas pinturas coloridas, no apartamento 91, alguém já acordava. Era ele. Sapatos e calça preta, blusa branca de boes, cabelos castanhos e olhos verdes quase mel. Elias, o copeiro.

Desceu, rapidamente desceu nove andares, deu bom dia ao porteiro, atravessou de pressa a rua silenciosa. Pegou sua bicicleta, e foi para mais um dia de trabalho.

12 cafés com leite e espuma, 5 com açúcar, 7 com adoçante, litros de água sem gás, 2 águas com gás geladas, 3 pães com manteiga, 17 rosquinhas de chocolate e 4 tipos de frutas diferentes. Voltou para casa exausto. Quando o telefone tocou:

– Alô?

– Alô, é o Elias?

Reconheceria aquela voz rouca e bronca em qualquer lugar. Era aquela que comandava e mandava em tudo que ele fazia. Seu chefe.

– Sim, sou eu mesmo.

– Elias, trate de se explicar imediatamente. Comparecer no trabalho é a sua obrigação.

– Mas, senhor, eu fui.

– Ah! A mesma coisa que aquela sua amiguinha Odete disse!

– Mas, é verdade!

– Olha Elias, chega de conversa fiada! Eu te dou mais uma chance

Subitamente, começou a sentir uma sensação muito estranha. Ele havia ido no trabalho, e disso se lembrava perfeitamente bem. Por sinal, metade das coisas que serviu foram para o seu chefe. Impossível que não o tivesse visto. Pelo menos pensava assim. Inconformado, resolveu fazer uma outra ligação. Dessa vez, para Odete. Sua companheira de trabalho, copeira. E  melhor amiga.

– Oi, Odete. Aqui é o Elias, tudo bem?

– Sim, tudo bem.

 Elias, apressadamente, logo acrescentou:

– Hoje, você me viu no trabalho, não viu?

– Sim, por que?

– Por nada na verdade, quer dizer, te explico depois. Até amanhã.

O copeiro passou o resto do dia pensando no assunto. Observava as gotas de chuva que escorriam vagamente pelas janelas transparentes da sala de estar. E o sol, voltava lentamente para de trás das nuvens.

No dia seguinte, era final de semana. Foi a padaria, que ficava a um quarteirão de seu prédio. Chegando lá, pediu o mesmo de sempre. O atendente, não olhou para ele, e nem mesmo anotou o seu pedido. Desviou o olhar para outro cliente, e não notou sua presença. De novo aquela sensação. Parecia que não estava ali. Tudo que ele falava seria em vão. Era como se estivesse escondido, como se fosse uma pequena formiga, dentro de uma multidão de gigantes, como se fosse transparente, invisível. Mas havia uma pessoa, só uma, que não o ignorava.  

Chegou segunda feira, seguiu sua rotina diária, porém mais apressadamente do que o normal. Contudo, precisava falar com ela. Assim que chegou cumprimentou-a, que em troca, apenas desviou o olhar para torta que preparava.

Foi aí que percebeu, percebeu que…. Precisava lavar o rosto, limpar seus pensamentos. Olhou para frente, e percebeu que, a esse ponto, nem ele se enxergava mais.

 

O homem que tinha medo de voar

por Pedro Zampol, Gustavo Barros, Pedro Justa e Arthur Sampaio

Em um fim de tarde chuvosa, na rua Asas Azuis, 194, em uma casa toda azul, morava Antônio, um adulto com muitos medos. Entre os medos, desde pequeno  sempre teve medo de voar.

Naquele dia quando acabara de chegar do trabalho, estava muito cansado e com fome. Comeu algo e antes de pegar no sono leu uma revista com anúncios sobre salto de pára-quedas e ficou muito ansioso, pois queria voar, mas não tinha coragem.

Ao deitar, Antônio sonhou que tinha asas e eram azuis e estava sobrevoando Paris com elas. Passou pelo lado da Torre Eiffel e bateu de cara na torre alta de Paris. Acordou todo suado de susto e deu um grito de medo lembrando do sonho. ”Sonho ou pesadelo”.

Ao acordar, foi lavar o rosto, se viu no espelho e arregalou os olhos ao ver duas lindas asas azuis, grandes e brilhantes, refletidas no espelho como em seus sonhos. Logo deu um grito de espanto. Sua esposa saiu correndo para ver o que tinha acontecido, olhou para Antônio desconfiada, como não viu nada de estranho,  perguntou:

– O que houve?

– Nada, está tudo bem!

Então, a mulher voltou aos seus afazeres. Pensativo achou que estava ficando louco. Durante o dia todo, o anúncio do jornal não saiu de sua cabeça.

No dia seguinte, Antônio pegou o anúncio da revista que havia lido ontem  e lembrando do sonho pensou: “Se no sonho eu posso voar por que eu não posso voar na vida real? ”

Depois disso, tomou coragem porque prometeu ao seu pai que um dia ia saltar. Pegou o carro sentindo calafrios mas dirigiu para o lugar onde se pulava de para-quedas. Chegando ficou com mais medo mas falou:

– Quero comprar um salto.

– Ok, aqui esta’ seu ingresso para o salto, vamos nos preparar- disse o vendedor.

Depois que se preparou entrou no avião. Quando estava na hora que ia pular, ficou com medo mas pulou em queda livre. Não sabia o que  fazer porque o para-quedas não abria!!! Ele começou a despencar. Já estava quase no chão e estava apavorado! De repente, se sentiu flutuando, por um  tempo não abriu os olhos, estava com medo mas teve uma sensação de estar voando seguro. Como no sonho, sentiu um tranco,e viu que acabara de chegar ao chão.

Quando chegou ao solo assustado e meio arrependido, tirou a roupa que tinha usado para pular, voltou para casa rapidamente. Chegando em casa, já aliviado, não cumprimentou ninguém e foi direto para o seu quarto.

O homem que perdia partes do corpo

por Inácio Candiotto, Pedro Akermann, Tomás Luchesi e Manoela Nannini

Era uma manhã muito ensolarada e feliz. Um homem chamado Allan, depois de um dia de trabalho, voltou para casa, encontrou a mesa posta e espantou-se. “Hoje é quinta?” – Perguntou para si mesmo.

Foi na mesa e viu um bilhetinho da empregada:

“Olá Allan,

Infelizmente não pude trabalhar hoje. Mas fique calmo, a partir de amanhã não terá mais faltas. E para não deixá-lo irritado fiz a janta de hoje e de amanhã.

Ass: Fabiana.’’

Ela tinha feito tudo que  ele mais gostava: arroz, feijão e frango. Jantou e foi dormir.

Allan acordou e viu o seu relógio folhado a ouro que estava indicando exatamente as 6:15, numa plena quinta feira com 13ºC, o céu estava nublado, se levantou lentamente e se sentiu meio estranho. Foi tomar seu café da manhã com toda a calma, chegou na cozinha e começou a ferver sua água, depois colocou o café e jogou tudo em sua caneca cinza e foi tomando no caminho do trabalho. Quando chegou no trabalho, imediatamente, as pessoas ao seu redor começaram a achá-lo um cara meio estranho, mas ele preferiu ignorar, começou a trabalhar. Quando escutou uma voz rouca atrás dele falando :

      Cadê seu dedo, Allan?

      Meu dedo? – Allan disse

      Sim, aonde ele está?

   Oh, senhor, eu não sei aonde ele está, só reparei agora que ele não está mais aqui.- Allan disse.

Allan trabalhou e trabalhou até que acabou.

Ao entardecer Allan acabou chegando mais cedo em casa, serviu a mesa e foi jantar. Depois do jantar, decidiu tomar um belo banho quente, pois estava muito cansado. No banheiro branco e vermelho sangue de seu nariz que havia batido na parede no dia anterior, de um lado tinha uma pia e em volta dela tinha uma bancada de mármore e do outro lado tinha a privada e atrás dela tinha o chuveiro junto com a banheira, estava tão cansado que decidiu tomar banho de banheira, encheu a água até o pescoço e relaxou, ficou lá por duas horas, descansou o suficiente, então decidiu sair e se secar. Na hora que estava se secando olhou-se no espelho e viu alguma coisa estranha nele, pois o nariz não estava lá, mas Allan não estava triste por ter perdido o nariz, pois era alérgico a poeira e pó.

Quando acordou viu no seu relógio que era sexta feira com 23 graus e estava com vários raios de sol que passavam as nuvens e deixava o dia lindo, e sem falar naquele vento leve e calmo que bate na nossa cara com a maior delicadeza. Allan se sentiu estranho novamente e colocou a mão em cima da cabeça e viu que seu cabelo não estava mais lá e sim no chão, como uma peruca,  e notou que seu precioso cabelo não estava sozinho também tinha  suas orelhas, seu nariz, sua boca e seu dedo, juntou tudo em uma maleta preta de couro, guardou as coisas e foi para cozinha tomar um chá, esquentou e o tomou enquanto pensava: ’’Hoje o dia vai ser diferente’’.

Pegou a maleta e a chave, abriu a porta e começou a andar.

O girafa

por João M, Lorena, Pedro P e Marina

Em uma cidade sombria, um homem com seu pijama de seda todo listrado, que morava na última casa da rua Oliveira Sampaio Correo 87.
Mas, não era um homem qualquer, e sim, o prefeito da cidade, Júlio…

Na cidade de Júlio, todos eram muito preconceituosos, com tudo e todos, caso algo estivesse diferente do que eles estavam acostumados sofria uma série de deboches, fazendo com que a pessoa se sentisse incomodada, até sair da cidade.

No momento em que o homem foi se arrumar para o trabalho, sentiu algo estanho em seu corpo, reparou que as suas pernas estavam no chão, e seu pescoço ocupando todo espaço!

Sua esposa acordou e disse:

-Júlio! Meu deus, o que aconteceu com você? Vá se olhar no espelho imediatamente!

– Estou me sentindo enorme! – respondeu

-Júlio, pelo amor de Deus, vá se olhar no espelho! – disse Cláudia

Ele se moveu até o espelho, se deparou com aquele pescoço gigante, que lhe havia crescido.

Ficou muito assustado e aterrorizado com o que estava vendo.

Quase em pânico, sem saber o que fazer, foi andar em sua casa e bateu a cabeça no telhado. Percebeu que não conseguiria mais morar nela, e foi procurar uma nova casa na cidade.

Quando saiu da casa bateu o pescoço na parede acima da porta e a quebrou.

Lá fora as pessoas viram aquela aberração, que parecia mais, uma girafa ,e começaram a rir, e a notícia logo se espalhou pela cidade. Sendo então um deboche que Júlio havia sofrido.

Júlio não era mais respeitado pelos habitantes de sua cidade, ficaram com tanta vergonha de seu prefeito que não o quiseram mais em seu cargo, deprimido, voltou para casa e disse a sua esposa:

-Não me querem mais, estou falido, o que eu faço? – disse Júlio.

Cláudia respondeu:

– Eu não sei! Mas também não quero passar vergonha! Então, estou indo embora.

Júlio entristecido com o que ouviu, tomou uma atitude e saiu em busca de uma casa onde poderia viver bem, quieto em seu canto, longe do deboche.

O homem que era tão importante resolveu tomar essa decisão, e estava pensando:

O que eu faço? Estou sem emprego, sem dinheiro, apenas tenho algumas economias que deixei no passado e as utilizei para minha casa! Estou totalmente perdido.

Júlio decidiu ir ao médico, e foi sua única ideia no momento.

Quando chegou, o doutor se assustou e disse que não sabia lidar com isso, e pediu para Júlio se retirar da sala.

A vida maravilhosa de Júlio havia acabado, era o fim, sem saber o que fazer, ele com tanto medo pensou:

-Eu tinha uma linda vida, uma esposa deslumbrante, respeito e um pescoço normal, e era uma pessoa importante para sua cidade e gostava do meu trabalho. Agora tenho esse trombone!? –  disse Júlio, nervoso.

Até bater uma vontade de renovar e mudar sua vida, ele decidiu que não devia mais se esconder das pessoas, e pensou o que podia fazer com aquele pescoço enorme. E com uma tristeza imensa, resolveu fazer algo que ele gostasse, que lhe acalmasse! Pois bem, Júlio decidiu cantar uma linda canção:

“Minha vida
Era um palco iluminado
Eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris
Dos corações.”

As orelhas

por Giulia, João C., Nicole e Rafael Mainardi

“Blim blim  blim blim”, um despertador toca ,ninguém acorda.

Minutos depois, é a vez do telefone: “trim trim trim”. Ninguém o atende. Horas se passam e nem um movimento no quarto.

Até que Surdiney acorda desesperado, pois não ouviu o despertador no quarto, e já estava atrasado para o trabalho.

Veste a camisa, a calça, coloca seus sapatos, pentea o cabelo,faz a barba,e escova os dentes

Depois, voltou para o banheiro para lavar  seu rosto para ver  se dava mais uma acordada, mas percebeu que algo havia sumido. Sem saber o que fazer com desaparecimento, berrou pela rua:

-Alguém viu, alguém viu?!

Todas as pessoas  preocupadas com Surdiney começaram a perguntar “ o que houve, o que houve”,  mas Surdiney não conseguia ouvir, pois a sua  preocupação era saber porque sua orelha havia sumido.

Um gorducho que estava comento suas rosquinhas e tomando um belo café berrou:

-Ahhhh!  Ele está sem suas orelhas!- Saiu correndo derrubando o café e deixando suas lindas gordinhas.  Surdiney, com muita vergonha de ver que as pessoas estavam fugindo dele decidiu ir para delegacia com esperança de que iam ajudar a achar suas orelhas. Chegando lá, comeca a berrar:

-Sumiu, sumiu, sumiu!!!! -Fala Surdiney assustado.

-O que senhor? O que sumiu?? -Pergunta o policial.

– Sumiu, Sumiu!! – Surdiney repete.

O policial achando que Surdiney estava zombando com a cara dele, o expulsou da delegacia. Sem saber o que fazer, pensou em fazer cartazes com uma foto de sua orelha, se alguém achasse poderia telefonar.

Surdiney parou para pensar um pouco e decidiu ir nos pontos turísiticos, ele andou pelo Central Park e perguntou para uma senhora que estava andando com seus 2 cachorrinhos:

-Bom dia senhora, se não for muito incômodo será que você viu minha orelhas? – disse Surdiney alegre

– Escuta aqui, eu não sou senhora apenas passei um pouco da idade! E você está louco rapazinho? Como uma orelha some? Escuta tenho mais o que fazer.

-Por favor, me responda, você viu minhas orelhas? – disse Surdiney novamente!

A senhora muito assustada saiu correndo gritando: “Hoje vai chover.” Então ele decide procurar em todos os pontos turisticos de Nova York, Times Square, Museon of natural history, Brookin, Botanic Garden , por tudo quanto é lugar, mas não acha. Sua última esperança era ir a Estaátua da Liberdade. Com muita fé que sua orelha estivesse lá.

Pegou um barco no pier 17  e foi até a Estátua da Liberdade.                Quando chegou lá, decepcionado por não ter visto as suas orelhas começou a chorar. Depois de  10 minutos começou a olhar e pensar como sua vida era boa com as suas lindas orelhas conseguindo ouvir os pássaros, o barulho da chuva e entre outros barulhos. Sua orelha que estava por perto via a situação do Surdiney e se sentiu culpada. E foi para perto dele, quando perguntou através de gestos o que havia acontecido.

– ORELHA!! Você  está de volta. – Disse Surdiney

Surdiney não sabia mais o que dizer para orelha mas começou falando o quanto ela era importante para ele.

– Orelha não sei você está me ouvindo, mas se você estiver, queria falar que você é muito importante pAra mim porque com você consigo ouvir os passáros, musicas, barulho da água e todos os barulhos que a New York fornece, então me desculpE e voltE pAra mim? Por favor sem você eu não consigo viver.

A orelha estava triste por ver a situação dele, mas ao mesmo tempo com raiva, pois estava cansada de todos os barulhos urbanos da cidade, do barulho de buzinas, músicas eletrônicas, barulho de pessoas conversando e em entre outros barulhos da cidade. Então, a orelha sem saber o que dizer disse:

-Vou pensar no seu caso.-  Mas de uma forma ou outra a orelha queria voltar para Surdiney por que estava cansada de viver sozinha.

Surdiney muito decepcionado pela resposta de sua orelha volta para casa sem mais delongas, dá adeus para sua orelha e voltou. Quando chegou em casa colocou seu pijama, escovou os dentes e  pensou muito e depois pegou no sono sonhando como era sua vida com a orelha.

No dia seguinte o despertador toca “blim,blim,blim” e Surdiney acorda. Minutos depois o telefone toca “trim,trim,trim” e Surdiney atende….

Marcos e seu braço direito

por Joaquim, Pedro e Theo

Marcos, um goleiro muito famoso que atua na seleção brasileira ERA muito ignorante com as pessoas, um homem careca e folgado com todos. Morava na esquina da rua do Cotoxó com a Desembargador do vale, 352, Numa bela casa, muito grande,  o bastante para seu aconchego, era um sonho, uma linda casa com um jardim grande, uma quadra onde jogava com seus filhos, E para treinar, seu quarto era imenso. Um dia, Marcos acorda empolgado e fala:

-Ah, estou muito empolgado para o mundial!!!!

Daqui a uma semana iria ter o mundial e, para isso, o famoso goleiro precisaria se preparar muito, pois era muito importante para o time. Nos treinos, ele levava muito a sério, porque depois da copa do mundo ele iria se aposentar, pois já estava muito velho e não tinha um físico muito bom. Queria fechar a carreira com muita glória e idolatria, ele jogaria muitos e muitos jogos.

Marcos era casado com Juliana, uma mulher loira e com lindos olhos verdes. Isso atrapalhava um pouco sua carreira, pois tinha que cuidar de sua mulher e de seus dois filhos, Raul e Patrick, eles sempre jogavam bola com seu pai. Um de seus filhos, o Raul, também adorava ser goleiro e se inspirava em seu pai.

No dia seguinte, Marcos acordou muito feliz, por que era dia dos pais, DIA muito comemorado em sua casa, já que era seu dia. Ele acordou numa manhã fria, com chuva e  teve um belo café da manhã em sua cama COM ovos, bacon, torrada e café muito quente, distraído, lentamente, abraçando sua família, o café acabou caindo em seus braços, dessa maneira causou graves queimaduras.

O time foi avisado, e dessa maneira todos lamentaram, pois era o melhor da posição. Dias se passaram e Marcos estava se recuperando das queimaduras. Um dia, antes do jogo, na mesma noite, o goleiro estava treinando, ainda não estava 100%, mas como o time precisava muito dele, iria jogar no dia seguinte.

No dia do jogo, um dia com muito Sol, o treinador o escalou como titular, pois não havia nenhum substituto à altura, Marcos ficou preocupado, pois ele cansava muito fácil no Sol. O jogo começou muito equilibrado, era lá e cá, mas nada de sair gol. O resultado no tempo normal foi 0 x 0, dessa maneira o jogo foi para a disputa de pênaltis, estava empatado 5 x 5, todos tinham convertido seus pênaltis, chegou a hora dos goleiros baterem,  Marcos foi bater e fez o gol, na última cobrança do time da Colômbia, Ospina bateu, Marcos foi buscar a bola no ângulo e pegou-a  firmemente, mas caiu de mal jeito e acabou quebrando o braço direito, porém insistia em jogar a final.

Após o jogo, no dia seguinte, os braços de Marcos cansados de se machucarem e de caírem no chão, decidem se livrar dele então eles vão embora. Marcos acorda, vai ao banheiro se espreguiçar, e toma um susto quando se vê sem os braços, mas ninguém em sua casa nota e nem acham estranho. Quando Marcos vai ao centro de treinamento e diz que não tem condição de jogar a final, todos dão gargalhada “hahahahahahaha” e dizem:

-Você é um jogador principal para essa equipe seguir seu rumo. Também não temos goleiro reserva.

Ninguém se deu conta que ele estava sem os braços, então ele iria jogar. Depois de um treino inútil, Marcos voltava para casa, quando viu seu braço indo ao médico E exclamou:

-Parem esse braço! Ele é meu!!!

Mas ninguém notou nada de diferente e ignorou-o, porque todos sabiam que ele agia arrogantemente com todas as pessoas, então pensou pAra si mesmo:  “Então eu mesmo vou atrás dele”.

Como não o alcançou, foi para casa muito triste e nervoso por causa da tragédia que aconteceu, também estava muito preocupado com seu time. No dia seguinte, dia 13 de julho, era o dia mais importante na carreira de Marcos, pois queria encerrar sua carreira com glória e idolatria e jogando uma final, ele iria realizar o seu sonho de quando era criança, então precisavam ganhar, mas como estava sem braços, pouco antes do jogo foi novamente a procura, e o encontrou indo ao trabalho, e saiu correndo atrás dos braços, mas novamente não conseguiu chegar neles, como ele era goleiro não corria velozmente como os outros integrantes de seu importante clube.

Ele já estava em campo, jogando sem os braços, o jogo era Brasil  x Alemanha e ele sabia que a seleção da Alemanha era muito forte, pois tinha alguns companheiros de seu time naquela seleção. Quando o jogo começa Marcos toma vários e vários gols e claro, jogando sem os braços ia tomar muitos gols mesmo. Defendeu algumas bolas com a cabeça, defendeu outras com a perna. O pesadelo continuava e tomava mais e mais gols. O sofrimento, finalmente, acabava e o resultado final foi 7 x 1 para o time adversário.

Marcos voltando pra casa, muito triste, por que não tinha realizado seu sonho de ser campeão de uma copa do mundo, mas mesmo assim tinha jogado sua primeira final da copa do mundo,  encontra novamente seus braços, mas os ignora, pois sabia que não teria chance de pegá-los, pois eram muito rápidos. Quando chegou em casa foi direto para cama cabisbaixo e dormiu. No dia seguinte acordou com os seus dois braços. Será que foi um sonho?

O sumiço do pé

por Olga, Bernardo, Luiza e Tomás

Foi um belo dia de outono em uma cidadezinha no sul de São Francisco. Em uma noite gelada, Coronel terceiro, um homem muito preguiçoso, tinha acabado de terminar seu chocolate quente e havia deitado em sua cama.

Na manhã seguinte, ao se levantar, caiu da cama e percebeu que estava sem seu pé esquerdo. Muito assustado, começou à procurar por sua casa inteira, debaixo da cama, atrás do armário, na cozinha e demorou algum tempo para perceber que seu pé não estava em casa. Começou a se questionar sobre onde poderia estar seu pé e foi até à delegacia à procura de ajuda, pulando, coisa que detestava fazer, já que sempre dirigia.

Ao chegar na delegacia, foi relatar o sumiço de seu pé esquerdo, e encontrou um policial que começou a perguntar sobre o caso.

–  O que aconteceu? Como seu pé sumiu?

– Eu simplesmente acordei sem o meu pé esquerdo, e nem consegui ficar em pé! Então, vim até aqui. – respondeu o homem.

– Você procurou por sua casa? Ou veio direto para cá? –  perguntou o delegado.

– Procurei por todos os cantos da minha casa e não o encontrei, poderia me ajudar a procurá-lo pela cidade?

– Claro, vou pegar a chave do meu carro para irmos – falou o policial.

Os dois saíram da delegacia e foram procurar pelas redondezas da cidade.

Enquanto isso, o pé esquerdo fugiu para à floresta, um lugar muito calmo, onde ele se sentia muito bem, já que não havia poluição nem carros lá. Admirou as árvores, frutos e, principalmente, os animais, coisa que nunca tinha visto antes, pois seu dono não gostava de ir a esses lugares. O pé se sentia muito sozinho, porém feliz, já que estava fazendo o que sempre queria ter feito, passear pela floresta.  

Ele já estava cansado de andar, até encontrar uma luz no fundo da floresta, que chamou a sua atenção. Caminhou até ela e, ao chegar perto, percebeu que ali vivia alguém. Bateu na porta e um solitário homem a abriu. Entrando na casa, percebeu que o homem não tinha um de seus pés, e ficou com muito dó. O moço, perguntou sobre a sua presença na floresta, e o pé do Coronel respondeu:

– Estou aqui porque tinha uma vida triste com o meu dono, ele só andava de carro. Então decidi sair do corpo dele, me contorci todo e fugi pela janela.

– Como visto, você já percebeu que não tenho o meu pé direito, o perdi em uma guerra. Tinha um papel muito importante no exército, e agora sem ele não posso mais fazer o que gosto – disse o ex-soldado.

– Sinto muito pela perda dele. Será que poderia fazer algo para ajudá-lo? Talvez me colocar no lugar dele?

– Foi muito difícil para mim viver sem um dos meus pés. Será que você não deveria voltar para o seu dono?

– Ele não liga para mim, não sou útil, já que ele só dirige.

– Mas sem você, ele não vai mais conseguir dirigir e fazer o que gosta. Você precisa voltar para ele – respondeu o moço.

Convencido, o pé decidiu voltar para o seu dono, pois lembrou das  coisas boas que tinham feito juntos. Foi para a cidade e, chegando lá, ficou procurando a sua casa por todos os cantos.

O Coronel terceiro já estava muito cansado de procurar seu pé e voltou para seu lar, até que quando estava atravessando a rua da frente de sua casa deu de cara com ele, que começou a falar:

– Preciso voltar para o senhor, senti muito a sua falta, me senti sozinho, triste e abandonado, preciso de companhia.

– Foi extremamente difícil para mim passar um dia sem você, mas porque você saiu do meu corpo?

– O senhor só anda de carro, então decidi caminhar mais –  disse o pé esquerdo.

– Se você voltar para mim prometo andar mais à pé –  admitiu Coronel terceiro – estou muito grato de ter você de volta, também preciso de você.

– Fique sabendo que eu sempre vou estar com você.

– Dessa maneira o pé voltou para seu dono. Ele passou a andar mais, ao invés de andar apenas de carro.

Começou a caminhar todas as manhãs, e percebeu a beleza do mundo que estava ao seu redor, as pessoas andando com pressa para chegar ao trabalho, as crianças brincando na rua, os peixes nadando no rio, as folhas caindo das árvores e, assim, concluiu que a vida era melhor andando.

Os dentes sonhadores

por Camila, Gabriela Melo, Gabriela Marini e João Guilherme

Em uma pequena aldeia, onde todos se conheciam, vivia uma menina chamada Carina. Sua mãe era confeiteira, especialista em fazer bolos e doces.  Seus confeitos eram divinos,  tinham um sabor incomparável, uma cor muito linda e chamativa. Eles eram irresistíveis e o gosto, hummm, uma delícia.

A doceria era linda, chamava-se “Amor Aos Pedaços”, e a cada pedacinho, um novo desejo. Os doces eram deliciosos e a doceria era bela, cheia de ambrosias amarelas. Fora da doceria, o vento lentamente derrubava as folhas das árvores coloridas. As crianças também tinham diversão, jogavam comida para os patos do lago, que comiam rapidamente. Era um ambiente adorável, calmo e feliz.

A menina amava comer doces, principalmente os da sua mãe, mas nunca escovava os dentes, nunca mesmo, nunquinha, em nenhum momento do dia. Ela era muito gulosa e sempre falava que queria mais, não estava satisfeita.  

A boca de Cariana era terrivelmente suja, seus dentes eram podres, pretos, com comida grudada e cheios de cárie. Ela não podia abri-la, pois quando abria, todos insetos por perto caiam no chão, mortinhos.

Os dentes revoltados, de nunca serem limpos, resolveram  fugir de sua boca, a procura de um novo lar, uma boca que sempre seria limpa, em quaisquer condições. Então, eles fugiram sem dó e piedade da menina, como se diz: “Aqui se faz, aqui se paga”.

Em um belo dia quando a menina acordou e foi tomar o seu café da manhã, percebeu que seus dentes haviam sumido e, sem eles, era impossível  comer.

Desesperadamente, Carina saiu a procura dos seus dentes. Perguntou a todos da aldeia. Mas nenhuma pessoas queria chegar perto dela, já que seu hálito era tão fedido quanto o de um peixe morto.

Procurou em cada canto da aldeia, becos, casas, rios, até procurou em aldeias vizinhas, mas não achou nada, nadinha. Tinha apenas um consultório que ela não tinha entrado, o que era considerado o mais chique e bonito da aldeia.

 

       Quando ela entrou, era o maior consultórios de dentista da cidade, o maior que ela havia visto em sua vida. Ficou impressionada.  Ele era super charmoso, colorido e bonito. Pensou que seus dentes estavam lá, pois era um lugar cheio de gente, onde era fácil de encontrar novos dentes.

 

Procurou pelo seus dentes em todo canto do consultório, banheiros, salas de espera, setor infantil, mas nada. Até que ela entrou em uma sala de consulta e os encontrou lá, passando por um procedimento de limpeza.

 

A menina super empolgada, entrou no meio da consulta:

 

-Desculpe Dentista por interromper a consulta, posso conversar com meus dentes um minutinho? – disse a menina envergonhadamente

-Claro que pode! – disse o dentista

-Por que vocês fugiram da minha boca? Queriam me prejudicar?-disse a menina brava

-Não queríamos fazer mal algum, fugimos, pois você não nos escovava! E esse, é nosso sonho, queremos ficar limpos e morar em uma boca limpa. – disseram os dentes

-Por favor, voltem para minha boca!, eu não consigo mais comer – gritou a menina

– Essa é a sua preocupação? De não poder comer? – disseram  os dentes irritadamente.

– Não só essa, todas as pessoas têm dentes, menos eu. – disse a menina triste.

-Só iremos voltar para sua boca se você prometer que vai nós escovar, dia e noite. – falaram os dentes empolgados.

 

A menina, desesperada para que seus dentes voltassem

para sua boca, concordou com a proposta feita, por eles. Em um piscar de olhos, os dentes confiantes, voutaram  para a boca dela, e quando acordou, logo foi escová-los.

       Até hoje não se sabe se o sonho foi de Carina ou se seus dentes é que estavam sonhando. O importe é que é assim que contam a história e que ela começou a escová-los, transformando-se na boca mais limpa de sua vila.

O bigode de Alfred

por André, Henrique e Nathan

Na época em que existiam Damas e cavalheiros, na qual automóveis eram carroças, havia um homem chamado Alfred que era muito famoso por causa da celebridade que carregava em baixo de seu nariz: seu bigode.

Ele não crescia e todos ficavam maravilhados. Alfred era muito orgulhoso, porque toda vez que ele saia de sua casa sempre ficava com o nariz empinado por ser elogiado e admirado. Mas nem tudo era só alegria e satisfação com o seu bigode. Alfred era, também, insatisfeito, pois acreditava que o bigode do rei era mais famoso que o seu e ele queria reverter isso.

Uma manhã, quando Alfred acordou, foi para o banheiro se olhar no espelho para admirar sua linda penugem. Imediatamente deu um grito desesperador e disse:

– Onde está meu bigode?!?   

–  Onde ele poderia estar? Por que ele sumiu?

Alfred se sentiu muito decepcionado e triste, pois seu bem mais precioso havia desaparecido. Lentamente, o desespero foi tomando conta dele, pois o que faria de sua vida sem a única coisa que lhe dava orgulho.

Desesperadamente, Alfred começou a procurar por  pela casa, mas nada encontrava, então  pensou:

-Será que um bandido o cortou enquanto eu dormia?

Então, Alfred logo se vestiu e resolveu ir para a delegacia, pois queria relatar sobre esse acontecimento ou perguntar para as pessoas do reino se viram o seu tesouro. Quando Alfred, muito triste, perguntou para as pessoas se tinham avistado andando por aí um bigode, ninguém conseguiu responder, pois ninguém reconhecia que ele era o Alfred, afinal sem aquela penugem, ele ficava irreconhecível e diziam:

-Por que você quer o bigode do Sr.Alfred ?

-Mas eu sou o Alfred ! – Respondia.

-Mentiroso! Hipócrita! – Diziam as pessoas.

Então, Alfred decidiu, por fim, ir para a delegacia perto de sua casa. Mas a trombeta do rei estava tocando e isso lhe chamou a atenção e ele acabou se esquecendo de ir à polícia.

Anunciavam a chegada do soberano e ao ver pela janela da carruagem, Alfred percebeu que seu bigode estava com o rei.

– Como meu bigode foi parar ali? Sofridamente pensou Alfred.

Desesperado e sem saber o que fazer, nem como resgatar seu amigo, Sr Alfred resolveu voltar para sua o quê? e pensar em algo.

 Na verdade, o bigode de Alfred havia fugido na noite passada, pois ele queria mais fama, então decidiu ir para o palácio onde o rei morava, pois ele já era uma pessoa muito famosa e o bigode queria deixá-lo ainda mais famoso, trocando de lugar com o bigode original.

A intenção dele era ser mais conhecido e quando ele entrou discretamente no quarto do rei, ele já estava dormindo, o bigode apareceu na frente do rei e sendo assim trocou com a pelugem original do rei. O soberano ficou com o bigode, por isso Alfred viu o seu belo bigode com o majestoso. 

Na manhã seguinte, o poderoso homem percebeu que estava com um bigode diferente, porém nem ligou. ele se achou bonito com seu novo tesouro e ele queria se mostrar para o publico.

Ao passar as semanas, as pessoas começaram a achar que o rei ficava feio com o novo bigode e a vaiar e xingá-lo de feio toda vez que ele estava passeando pela cidade.

Um dia, ele ficou bravo com o bigode e decidiu cortá-lo de seu rosto, logo o bigode conseguiu escapar do rei, mas ele mandou guardas procurá-lo para cortá-lo. Quando o bigode estava em uma ponte, ele decidiu voltar para o seu dono e por sorte ele o encontrou, sem pensar, saiu correndo para ele, Alfred logo aceitou o bigode de volta e na hora em que o bigode estava encaixando na boca de Alfred, os guardas apareceram e perguntaram:

-Bom dia Sr. Alfred , o senhor viu um bigode fugindo?

-Não vi nada senhor. – Mentiu Alfred

– Está bem, mas quando vir, me avise. OK Sr. Alfred? – Respondeu o guarda.

Está bem. – Respondeu Alfred

Depois de despistar os guardas Alfred voltou para casa feliz da vida por seu bigode de volta e no meio do caminho começou a receber elogios de novo, Alfred ficou orgulhoso de ter algo que fazia dele especial e ele aprendeu a ser satisfeito com a sua fama. Ao chegar em casa quando ele foi abrir a porta de sua casa… Alfred acorda de repente, e ele sai correndo para o banheiro ao se ver no espelho ele encontra o bigode no lugar, mas na opinião dele isso não foi um pesadelo, mas sim um aprendizado que ele levarias para  a vida toda.
-Será que tudo isso foi apenas um um sonho?