A cor da magia

Por Angela Müller de Toledo
Se você não é daqueles que desistem na primeira dificuldade do texto, indico sem pestanejar o primeiro livro da série Discworld de Terry Pratchett: “A cor da magia”. Fantasia e humor elevados à última potência é o resumo deste livro.

Imagine um mundo plano, em forma de disco, sustentado por quatro elefantes que vagam pelo espaço em cima da carapaça de uma tartaruga gigantesca. Pois é, e isso é só o começo, pois Discworld é um mundo com grande concentração de magia pura, onde acontecem coisas tão mirabolantes que os próprios magos se admiram.

Neste primeiro volume os dois principais personagens são um mago fracassado, reprovado pela Universidade de Magia, e um turista ingênuo e inconseqüente, um vendedor de seguros em busca de aventuras numa terra de bárbaros.

O que torna tudo isso tão interessante é o humor irreverente que permeia a história. Absolutamente tudo da vida contemporânea é ridicularizado pelo autor, principalmente a tecnologia e o consumismo.  Em estilo cinematográfico – duas ou mais ações rápidas acontecendo ao mesmo tempo em cenários diferentes com o corte indicado pela diagramação da página muito mais do que pelo escrito – Pratchett ironiza também o próprio gênero fantasia.

Se você superar a dificuldade das primeiras páginas não vai querer parar de ler os 13 títulos da série lançados no Brasil.

 

PRATCHETT, Terry. A cor da magia. Trad. Márcio Grillo El-Jaick. São Paulo: Conrad, 2001.