PRECONCEITO QUE HÁ ENTRE NÓS

por Guilherme Pedreschi Oria Carneiro
6ºA – Unid. Butantã

Livro: Extraordinário
Editora: Intrínseca
Autor: R. J. Palácio
315 páginas

O livro “Extraordinário”, da autora R. J. Palácio, conta a vida de August, que é uma criança normal, tem uma família normal, uma cadela normal e faz o que a grande maioria das crianças normais de 10 anos fazem. Porém, por vários infortúnios que apenas o destino seria capaz de explicar, sofreu terríveis mutações quando ainda estava na barriga de sua mãe que, além de lhe trazerem os mais diversos problemas de saúde, deformaram-lhe o rosto. Essa característica foi a que mais o trouxe problemas. Ele sempre reagiu bem aos tratamentos e, como um guerreiro, enfrentou todas as dificuldades que sobrevieram a ele. Essa característica que ele carrega o traz várias dificuldades, o bullying é uma delas, só por ter uma cara deformada, os colegas de sua nova escola acham, que essa característica deixa-o menos divertido e, engraçado e então é excluído pelos que acham isso, mas também tem os grandes amigos e nem sequer isso passa pelas suas cabeças. O livro faz o leitor refletir sobre as consequências da aparência de um menino com deficiência.

 

No capítulo em que August está conhecendo a escola, os amigos mostram o que o atormenta por ser “diferente”, por exemplo: Quando ele está conhecendo-a o diretor mostra a ele dois novos colegas para que já se enturme para quando chegar já chegar enturmados, o primeiro que ele encontra é divertido, legal, amigável e engraçado, eles riem juntos, ele não liga para a aparência e jeito do August. O segundo não é engraçado, divertido e legal em vez de brincarem e se conhecerem, o amigo fica lhe perguntando coisas por exemplo: “Você sofreu um acidente?”, “Você pegou fogo?” e August fica triste, pois se sente diferente, como se não fosse igual a todos, ele também não se importa se August é divertido e engraçado só liga para sua aparência e

jeito. Esse amigo demonstra o preconceito de só porque é “diferente” não é engraçado, não é divertido, é como se não fosse uma pessoa normal.

 

O autor utiliza muitas formas de mostrar ao leitor como o August sofre por ser “diferente”, uma das que mais auxilia o leitor a ver como ele se sente, o narrador é o August (primeira pessoa), então, quando sofre o preconceito dá pra saber o que ele está sentindo, pois ele sabe como ele se sentiu pois ele que sofreu, se fosse um narrador observador não saberíamos o que ele está sentindo e não vemos nem sentimos o quanto ele se sente quando fazem o bullying, o que faz August se sentir tão mal. Isso é uma demonstração do que August sente ao sofrer o preconceito.

 

Certa característica que chama a atenção do leitor é como August conta sua desafiadora vida, é muito detalhado, um exemplo é quando ele conta sobre a volta até sua casa, ele conta exatamente o que aconteceu, sem deixar nenhum detalhe de fora. Essa característica é um amparo para o leitor saber como ele se sente depois de sofrer o preconceito, se não fosse detalhado talvez o leitor não “seria” o August, com o detalhe o autor “vira” o personagem e entra na história.

 

August: um menino com deformidade facial que enfrenta o preconceito. O autor utiliza muitas formas de mostrar a quantidade deste problema, durante a história ele vai convivendo com outras pessoas que vão mostrando ao leitor o quão difícil é ter esse problema, lendo o livro você aprende a “ser” um menino assim e provavelmente deixa de fazer o que fazem com ele. A lição por trás de “Extraordinário” supera todo e qualquer equívoco que a autora possa ter cometido. Não só as crianças deveriam ter mais acesso a livros como este, mas também os adultos, pois nos mostra que a gentileza é sempre o melhor caminho.

De fato, é um livro extraordinário.