Talentos culinários do 8º ano!

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Por Celina Martins de Mello Moraes

Sempre brinco nas reuniões de pais que os alunos do 8º ano começam o ano muito animados com as aulas de ciências (Reprodução Humana!), mas que eu já estou acostumada com uma certa “queda de ibope” dessas aulas quando começo a falar mal dos hambúrgueres e refrigerantes (Nutrição e Saúde)... É claro que, diante de temas tão distintos, os interesses também variam. Porém, em 2014, com a parceria do “time” de Nutrição da escola, conseguimos trazer, mesmo no finalzinho do ano, um novo sabor (literalmente) para o tema da Nutrição, e o envolvimento dos alunos foi surpreendente!

Realizamos, oficialmente, nosso primeiro concurso de receitas saudáveis entre os alunos do 8º ano, nas duas unidades. Valia preparar em casa e trazer, na data marcada, qualquer tipo de sanduíche, torta ou barrinha de cereais feitos pelo aluno/a, sozinho ou com alguma ajuda. Não foram muitos os que puderam participar, em meio a uma semana de trabalhos e provas importantes, mas certamente foi um sucesso!

O corpo de jurados, composto por nutricionistas, funcionários da cantina, professores e colegas (lugares muitíssimo disputados) provou pratos das várias categorias concorrentes, carinhosamente preparados por alunos de todas as classes.

Dia desses, percebi, nos corredores do 8º ano, uma movimentação diferente. Alunos com touca de pano, equipe de nutricionistas e seus tablets e algumas comidas apetitosas circulavam, o pessoal alvoroçado! Foi então que recebi um convite: “Quer experimentar os alimentos preparados para o concurso de culinária no 8B”? Juro que por um instante titubeei. Será? E se não estiver gostoso? Como vou disfarçar?? Será que alguém vai se chatear? Me coloquei, então entre os jurados, ao lado da Raquel da Cantina e do aluno Nicolau Tabacof. O primeiro a apresentar seu sanduíche foi Raul. Contou detalhes da preparação do sanduíche, desde o tempero da carne que o recheava, até o detalhe do tomatinho cereja preso ao pão por um palito de dente! Estava uma delícia, de verdade! Depois foi a vez do Antonio. A torta de legumes com queijo gratinado dele não tinha uma bela aparência, confesso. Porém, quando senti o cheiro da torta, minhas papilas gustativas imediatamente se puseram a trabalhar: senti minha boca salivar no mesmo instante! Aliás, o cheiro combinava com o sabor: uma delícia! Os legumes estavam num ponto incrível: nem mole nem cru. O tempero, no ponto certo. Em poucas e precisas palavras: estava uma delícia mesmo, de lamber os beiços! Agradeço o convite e parabenizo a todos os envolvidos no Projeto! Rogê Carnaval do Nascimento – jurado do concurso de receitas e professor de História.

E que bacana ouvir nossos cozinheiros expondo as razões de escolha desses pratos e como buscaram incrementar as receitas originais para atender melhor os critérios que pontuariam suas preparações, como teor de fibras e custos.

No início eu pensei em fazer uma torta de mirtilo ou morango. Porém, na terça feira, um dia antes do concurso, tive cursos extracurriculares e não tive como comprar o mirtilo. Cheguei à casa da minha avó e perguntei o que eu poderia fazer. Ela deu várias ideias e uma delas foi a minha preferida: uma barrinha de cereal com grãos e castanhas. Preparei a massa, coloquei no forno por uns 40 minutos. Após estar pronto, cortei em fatias e percebi que estava seca demais então passei com uma espátula uma camada de mel. Trouxe para a escola e apresentei minha obra. No final, ganhei segundo lugar! Achei que foi uma experiência muito legal. Giovana Oricchio, 8º ano D

Após analisar a quantidade de sódio do pão de hambúrguer, procurei outro, que tivesse uma quantidade menor de sódio. Maria Eduarda, 8ºC

Quem não pôde participar ficou com água na boca, tanto pela vontade de experimentar as delícias apresentadas quanto de poder expor para os colegas seus talentos na cozinha!

Não temos dúvida do impacto positivo que isso traz para nossos alunos: tanto por ajudá-los a perceber que há alternativas mais adequadas e saborosas para seus lanches, mas, mais ainda, que eles mesmos podem atuar na confecção dessas alternativas a partir dos conhecimentos que obtiveram em sala de aula.

Recomendações aos adolescentes para promoção de práticas alimentares mais adequadas.