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Por Erica Santos e Fernanda Passamai Perez 

“O fim, quando começa algo novo”
Michael Ende 

É com este espírito que chegamos ao fim de mais um ciclo de leitura e nos despedimos das histórias e dos leitores em 2014.

Este ano, lemos dois livros e dividimos muitas histórias. A menina que roubava livros, a primeira leitura, provocou uma invasão de leitores ávidos por conhecer Leslie Meminger, menina cuja infância, em pleno período do pré 2ª Guerra, na Alemanha, foi narrada por ninguém menos que a Morte. A mesma Morte que levou o irmão e tantos outros que Leslie amava ou aprendeu a amar. A mesma Morte que se comoveu com aquela frágil e assustada criança que viu, num livro roubado, O manual do coveiro, um possível refúgio, um recomeço. Uma história triste, como tantas outras, que têm, como cenário, os conflitos armados, mas que transmite o valor das relações, da leitura e do conhecimento. Para dar uma amenizada nas emoções e conhecer um pouco mais sobre o período, convidamos o Rogê, professor de história, que, como sempre, trouxe informações sobre os fatos que desencadearam a guerra e, sobretudo, reflexões a respeito da criança e da infância nessas situações de conflito.

Fim da primeira leitura. Férias. Porém, antes mesmo das férias, já havíamos decidido o próximo livro, Momo e o Senhor do Tempo. Coincidência ou não, outra história cuja protagonista é criança e mulher. No entanto, Momo não é uma criança comum, ela tem 100 anos e um grande dom - saber ouvir todos igualmente – e, também, uma grande missão: trazer de volta às pessoas o tempo roubado pelos homens cinzentos. Narrativa ágil e provocativa, que vai muito além de uma batalha do Bem contra o Mal. Muita simbologia e reflexão, pois, afinal: O que é o tempo? Temos como poupar tempo? O que é gastar tempo? Por que entregar uma tarefa tão importante a uma criança? Essas perguntas deflagraram discussões quase intermináveis. E, para ampliar os sentidos e a compreensão, assistimos a uma adaptação alemã de Momo para a telona, sem legenda e com áudio em inglês. Surpresa no 1º segundo, descontração e diversão nos 5.994 segundos restantes. Ah, claro, a pipoca também esteve presente…

Finalmente, depois de muitas emoções e prazer, reunimos o grupo e seus familiares para um encontro para lá de especial: o Sarau do Vilalê. Como sabemos, quando estamos entre amigos, o tempo voa e nunca é suficiente. Passada a timidez inicial, todos tinham alguma estória para compartilhar. Os pequenos, irmãos menores dos integrantes, deram um show de descontração e envolvimento. Escolheram ali mesmo, na biblioteca, suas leituras de fruição e encantaram a todos. Revelaram que quando uma etapa termina para alguns – despedida daqueles que seguem para o Ensino Médio-, uma nova se inicia com os convidados, agora pretendentes. Ainda que estejam nas séries iniciais.

Boas leituras e até 2015!!!