A construção de ambientes favoráveis à aprendizagem

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Por Fernanda Flores 

Via de regra, começamos um novo ano com uma lista de prioridades, definindo aquilo que desejamos realizar, reorganizamos planos, alinhamos prioridades e seguimos em frente. Uma escola também faz o mesmo, decidindo quais serão os principais desafios e metas a alcançar em um ano escolar.

Aqui na Vila, a equipe pedagógica começou o trabalho interno debruçada sobre os planos para o semestre, cada grupo em seu segmento, detalhando processos e preparando o início das aulas para nossos estudantes.

Em comum, da educação infantil ao ensino médio, algumas “perguntas-guia” estão presentes nesse processo, pois, independente da faixa etária que tenham os alunos e alunas, e quão diversos sejam os conteúdos a aprender, um desafio nos mobiliza igualmente: como construir ambientes favoráveis à aprendizagem? Como constituir, em nossas salas de aula, situações potentes e estimulantes que impulsionem a todos, alunos e alunas, a prosseguir resolvendo problemas, compartilhando saberes, valorizando e gostando de aprender e ensinar?

A criação de um ambiente propício à aprendizagem¹ , entendido esse ambiente em seu sentido mais amplo, advém de um conjunto de ações e intenções do professor ao gerar um determinado clima de trabalho em classe, onde variáveis como a natureza das interações que ocorrem em sala de aula, entre professor e aluno, entre alunos e alunas, são planejadas, e cuida-se para que se estabeleça um clima de confiança, aceitação, equidade e respeito entre as pessoas.

Nesse ambiente estimulante, reconhecemos como valor central o profundo compromisso dos docentes com as aprendizagens e o desenvolvimento integral de seus estudantes, no qual a busca constante por expectativas concretas e positivas sobre as possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento de todos adquire especial importância.

Esse âmbito do trabalho na escola deve adquirir centralidade e relevância à medida que a qualidade das aprendizagens dos estudantes depende, em grande parte, de componentes sociais, afetivos e materiais envolvidos nos processos de aprendizagem. Assim sendo, a criação de um espaço de aprendizagem organizado e enriquecido, que convide à indagação, ao compartilhar e ao aprender, constitui-se num grande desafio para toda a equipe pedagógica.

Portanto, considerando a potência e a centralidade desses aspectos, elegemos o tema da construção de ambientes favoráveis à aprendizagem para guiar nossos estudos, reflexões e proposições, como o elo que envolve a escola e alimenta sua busca constante pelo aperfeiçoamento pedagógico e educacional que culmina, sem sombra de dúvida, na consolidação de uma experiência escolar plena e satisfatória para nossos estudantes e seus professores e professoras.

Será ele o guia das propostas que unem escolas no programa ZDP 2016, organizado pelo nosso Centro de Formação, e também o tema central do Simpósio Interno da Escola da Vila, em setembro.

Ao longo dos próximos meses, voltaremos a explorar as dimensões e as sutilezas da construção desse ambiente potente e favorável às aprendizagens nos diferentes segmentos, explicitando ações concretas que desenvolvemos para concretizá-lo no dia a dia da vida na escola.

Desejamos a todos um excelente ano!


1

• Marco para la buena enseñanza. Gobierno de Chile. Ministerio de Educacion, 2008.

•  Puig, J. M.; Garcia, X. M. As sete competências básicas para educar em valores. São Paulo: Summus, , 2010.

•  Coll, C. e colab. Desenvolvimento Psicológico e Educação. V. 2. Porto Alegre: Artmed, 2007.