Por Alessandra, Anelise, Julia e Carlen - Professoras da Educação Infantil
Adaptado ao seu grupo de amigos, certo dia Harry chega em casa e diz com muita segurança e entusiasmo: “Mãe, o Rony me convidou para brincar na casa dele. Posso ir?” A mãe escuta aquele pedido experimentando uma mistura de sentimentos. Ao mesmo tempo em que fica feliz em saber que seu filho já tem amigos queridos, também sente uma pontinha de medo diante da decisão que deve tomar tão repentinamente. E agora, seu filho que ir à casa do amigo. Está na hora? De imediato várias questões passam pela sua cabeça: “Quem ficará responsável pelo cuidado com os pequenos? Será a mãe, que ela vê na porta da sala, com quem troca algumas experiências diariamente? Será o pai, a babá, ou outra pessoa da família? Seu filho se alimentará bem? Fará uso do cinto de segurança durante o trajeto? Vai brincar tranquilamente, ou vai chorar e pedir para ir embora?”
Ao tomar a decisão deve-se considerar o desejo do filho de conhecer a casa do amigo, com o qual ele brinca diariamente na escola, podendo assim desvendar os mistérios que povoam sua imaginação. “Que brinquedos meu amigo tem? Em que espaços ele brinca? Onde ficam guardados seus brinquedos?” Além disso, terá a oportunidade de vivenciar a experiência de conviver com outras pessoas que não sejam seus familiares, experimentar uma comida especial ou saborear seu prato preferido, que a mãe do seu amigo teve todo o cuidado de “descobrir”, preparando-o com muito carinho para marcar esse momento. Isso sem dizer no fortalecimento dessa relação que se inicia.
É importante que os pais não se sintam envergonhados para compartilhar (levantar) questões com os responsáveis pelo convite. Um telefonema ou uma conversa pessoalmente com a família que está recebendo seu filho muitas vezes representa aquele empurrãozinho para que os pais se sintam encorajados a dar esse voto de confiança a seu filho e a família que está convidando-o.
E se ele desistir? Tudo bem! É esperado que a criança mude de ideia na última hora, apesar de todo seu entusiasmo e com muito carinho os pais devem acolhê-la e incentivá-la a viver essa experiência numa próxima oportunidade.