Como união e coletividade podem ajudar a combater a solidão da quarentena?

Na Vila, alunos formaram grupos para facilitar contato e aprendizado em equipe; desafio é manter a vitalidade do ambiente escolar sem os encontros presenciais.

Na Escola da Vila, mais de um mês após o início da quarentena devido à pandemia do novo coronavírus, uma das reflexões que os educadores têm feito é sobre como olhar para vida coletiva em situação de isolamento social.

“O homem é um ser gregário, e a escola é, por definição, um lugar de reunião, de encontro. Normalmente, nós já valorizamos bastante a sociabilidade e a perspectiva do coletivo, dando a esses aspectos a mesma importância atribuída ao currículo formal”, diz Fermín Damirdjian, orientador educacional do Ensino Médio. “Nesse momento de isolamento social, a questão da convivência ganha ainda mais relevância e estamos pensando em formas de manter isso”.

As reuniões de famílias, que costumam acontecer trimestralmente e seriam realizadas em 20 de maio, foram antecipadas em um mês como forma de manter a comunidade próxima. “Sentimos a necessidade de refletir com as famílias como preservar a escola funcionando com vitalidade sem os encontros presenciais, sem o ambiente escolar”, ressalta o orientador.

Escola da Vila
Reunião de famílias online

Ele conta que, durante a semana de transição, antes da escola fechar, houve um pedido para que os alunos se organizassem em grupos para que pudessem se conectar mais facilmente durante o isolamento social -- entre eles e com a coordenação. “Mantenho contato constante com os alunos, por chamadas e videoconferências. Esses encontros virtuais ajudam a levar melhora nesses dias de quarentena. Quando se impede ou se dificulta a vida escolar, retira-se também a vitalidade da pessoa, por isso a importância de preservar esses laços”

Os alunos receberam orientações para seguirem em contato, pedirem ajuda uns aos outros e resolverem dúvidas com os colegas e não com vídeos do YouTube. “Prosseguir com essa união é uma forma de continuar com a socialização e o afeto entre eles. Queremos que cada um leve a vida escolar com o seu grupo e não com a internet”, ressalta o educador.