As escolas na mira dos pais.

Por Dayse Gonçalves - coordenadora pedagógica da Educação Infantil

Todas as escolas, no início de segundo semestre, estão às voltas com o recebimento de reservas de vaga, e com a apresentação de seus projetos pedagógicos para novas famílias e novos alunos. Bem, nem sempre a preocupação é com a apresentação do projeto, falar dele, dizer o que se faz e porque se faz. Em muitas escolas a situação é quase o inverso: são elas que escolhem os alunos que desejam receber, portanto são os pais que estão fazendo um grande esforço para apresentar seus filhos, inclusive já nesta idade.

 O título talvez não seja bom, admito, porque não nos sentimos na mira quando estamos diante de um coletivo de pais enquanto apresentamos o projeto pedagógico nesta época do ano. Como o nosso segmento – o da Educação Infantil - tem a idade da escola, é confortável falar sobre o que fazemos, sobre os princípios e valores que presidem nosso projeto, sobre o dia a dia e as rotinas por aqui, sobre aspectos do currículo e, por que não, das didáticas específicas. Afinal, acreditamos ser importante compartilhar o máximo de informações sobre o tipo de educação que acontece por aqui.

Obviamente conhecemos tudo o que a mídia publica nesta época do ano.  E compreendemos, naturalmente, a necessária preparação dos pais para o encontro com coordenadores de escola. Quando se quer tudo e o melhor, as perguntas versam sobre os mais variados temas, afinal, queremos alunos/filhos bem preparados academicamente, mas que sejam também pessoas sensíveis e criativas, que saibam se relacionar, que tenham uma boa autoestima e, para algumas famílias, que estejam preparados para o mercado de trabalho, que é “implacável”, para utilizar um termo que sempre aparece.

De nossa parte, certamente esperamos formar e preparar bem nossos alunos, e esperamos mais: esperamos que possam contribuir para mudar o mundo, inclusive o mundo do trabalho, com suas competências, habilidades, e com uma visão de sociedade melhor que a dos homens e mulheres deste mercado de trabalho implacável. Por que não?

Por fim, uma platéia de pais de crianças pequenas é sempre muito interessante e diversificada. Há os que estão buscando “a melhor escola” para seu primogênito e, obviamente, gostariam de acertar “de primeira”, e há os que já criaram filhos de uma primeira união, e a quem a experiência também já mostrou que entre uma boa escola e as boas intenções dos pais, há o próprio filho, com sua personalidade, com suas potencialidades e suas dificuldades, que também vão determinar o maior ou menor grau de sucesso na vida escolar.

De qualquer forma, sabemos que o mais importante, neste momento de tomada de decisão, é reconhecer que escola e família devem compartilham critérios educativos. Esta é, sem dúvida, a primeira condição. Depois, feita a escolha, deve-se apostar na construção do conhecimento mútuo, de um vínculo de respeito entre família e escola, e numa boa comunicação. Refiro-me a entrevistas individuais, reuniões de pais, relatórios, comunicados e outras notícias do trabalho veiculadas através de outras mídias. E, para finalizar, acredite: uma escola bem intencionada fará de tudo para divulgar como concretiza suas intenções educativas.