Supervisão Empresarial: o que isso tem a ver com escola?



Por Ana Luiza Martinez do Amaral – diretora administrativo-financeira da Escola da Vila e do Centro de Formação, e formadora de gestores e/ou mantenedores institucionais

Em 2011 demos início à Supervisão Empresarial, ação que surgiu das demandas das próprias Escolas que integram o Programa ZDP, por sentirem falta de um espaço de discussão de temas relacionados à Gestão Empresarial no contexto escolar, o que significa ter um olhar para a escola como empresa, pensar em como gerir os recursos em favor de um projeto pedagógico.

Existem muitos livros sobre administração de empresas, mas em sua maioria os exemplos e suas aplicações são mais focados em indústrias; os que trazem alguns exemplos de serviços ainda estão distantes da realidade das escolas. Nosso exercício como gestores escolares é o de adequar os conhecimentos decorrentes de teorias de administração para a organização ESCOLA, considerando sua natureza, sua especificidade e, que lhe reserva um lugar tão peculiar.

Nos quatro encontros realizados ao longo do ano pudemos refletir sobre vários aspectos relativos à administração de empresas e como se refletem na Escola, como podemos aplicá-los neste âmbito.  Os temas discutidos foram: Crescimento Empresarial, Orçamento e Fixação de Preços e, por fim, Gestão de Processos. Tivemos palestrantes convidados pela própria expertise, que muito dinamizaram nossos trabalhos: Fernando Barão, da Corus Consultoria, Otto Nogami, economista e professor do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), e o professor Silvio A. Laban Neto, coordenador do MBA do Insper. As exposições realizadas puderam enriquecer as discussões realizadas entre as várias escolas presentes, representadas por seus gestores e/ou mantenedores institucionais.

Outro aspecto importante a destacar é a importância da troca de informações entre as escolas, uma vez que essa troca costuma ser frequente em se tratando de assuntos pedagógicos, mas quando o assunto é financeiro ou administrativo isso normalmente não acontece. Reconhecer que outras instituições enfrentam os mesmos problemas, conhecer soluções encontradas, saber como estão se estruturando para o próximo ano fortalece a ideia de rede – meta maior do programa ZDP. Além disso, considerar a importância da imagem, da valorização de diferenciais institucionais, de riscos relativos à perda de mercado, da tomada de decisões atrelada a índices de aumento ou configurações de novos cenários econômicos foram sempre temas exclusivos “das empresas”. A escola estava fora disso. Hoje, sabemos que um dos grandes desafios enfrentados pelos gestores e/ou mantenedores não é o de reconhecer que faz parte de uma organização humana e complexa como a escola, mas assegurar que a atuação na área administrativo-financeira seja coerente com os princípios que regem o projeto educativo, ou seja, não pode estar dissociada dele. Isso significa que, a cada dia que passa, é urgente a necessidade de nos aproximarmos dessas discussões, dominar informações, gerir melhor os processos na busca de uma empresa mais eficiente, mais produtiva, mais competente, o que só é possível por meio de atualização, discussão e reflexão – práticas desenvolvidas em nossos encontros e que terão continuidade em 2012.