O trabalho de apoio à escolha da carreira universitária na Escola da Vila.

Rafael Ihara e Matheus Genaro com os colegas do 3º ano C

A primeira Semana de Atividades Diversificadas de 2012 contou com convidados que vieram falar com os alunos de 3ºs anos sobre esse momento que estão vivendo de escolha de carreira universitária. Atividades com foco nesse processo fazem parte de um programa de preparação que começou no ano passado e se estenderá ao longo de 2012, entrando agora em sua etapa mais individualizada a partir desta abordagem geral.

Na SAD, os alunos participaram das mesas “Da escolha à vivência na faculdade – percursos variados”, que contou com ex-alunos da Escola que atualmente estão cursando uma graduação, e assistiram aos professores de diferentes instituições de ensino na mesa “A universidade se apresenta”. Os alunos de 3º ano Rafael Ihara e Matheus Genaro relatam abaixo suas impressões das atividades propostas:

 

Rafael Ihara, 3º C

Se perguntarmos hoje aos alunos do último ano do Ensino Médio qual carreira pretendem seguir, poucos deles responderão com certeza no quê pretendem trabalhar. Em que universidade gostariam de se formar? São pouquíssimos os que sabem.

Na tentativa de ajudar esses alunos indecisos, a Escola da Vila promoveu algumas atividades nessa primeira Semana de Atividades Diversificadas de 2012.

Na segunda-feira os estudantes participaram de um bate-papo com ex-alunos da Vila. Eles contaram um pouco sobre o que sentiram quando saíram do protegido mundo escolar e imergiram na autônoma vida de universitário.

Para quem está no Ensino Médio, ao alto de seus dezessete anos, foi bem interessante ouvir o depoimento de jovens que passaram por essa difícil e atribulada fase dos vestibulares há poucos anos. Essa experiência criou um espaço para que os alunos recolhessem informações e esclarecessem muitas de suas dúvidas. Assim, daqui a alguns meses, nós “vilanos” poderemos fazer nossa escolha profissional com mais conhecimento e propriedade.

Na quarta-feira, mais uma atividade teve como principal enfoque o ensino superior. A mesa “As universidades se apresentam” contou com a presença de representantes de algumas das principais instituições de ensino do estado de São Paulo (ESPM, FGV, UFSCAR e USP). Os alunos escutaram atentamente aos discursos dos convidados, que contaram de forma geral como é o mundo universitário. Em suas falas contemplaram importantes temas, como o tipo de formação que a faculdade oferece, quais as suas preocupações, exigências, enfoques e objetivos e, claro, como e baseado em quê acontece o processo de preparação do estudante para o temido mercado de trabalho.

 A iniciativa da Escola em propor essas atividades na SAD para os alunos de 3ºs anos é muito valorosa. Uma característica que garantiu o aproveitamento excepcional dessas conversas foi que os alunos puderam fazer suas perguntas livremente, podendo, assim, esclarecer suas mais escabrosas dúvidas nesse momento tão difícil para esses futuros – brilhantes, é claro – universitários.

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Matheus Genaro, 3º C

Neste ano de conclusão do Ensino Médio para os alunos do 3º ano, algumas atividades são realizadas para o auxílio na escolha do curso universitário. Na última segunda-feira, durante a primeira Semana de Atividades Diversificadas de 2012, houve uma conversa com ex-alunos; nesta quarta, um debate com professores de algumas Universidades.

O projeto serviu como um primeiro panorama da vida universitária. Um dos temas abordados foi a relativa independência dos estudantes no Ensino Superior: ainda que a faculdade ofereça um curso fechado, isto é, com poucas, (e as vezes inexistentes) opções de escolha da grade curricular, o grau de mediocridade ou competência da formação do indivíduo torna-se uma consequência do nível de investimento intelectual que ele próprio realiza. Isto não significa que há, no Ensino Médio, uma responsabilidade integral da escola em assegurar o máximo de aproveitamento do estudante, afinal, parte disso sempre coube a ele. No entanto, na medida em que o curso no Ensino Superior é uma opção, amplia-se a possibilidade de pesquisar algo simplesmente pelo prazer e interesse. Fazer aquilo que gosta (outro tema apontado na discussão) não é interpretado, nesta situação, pelo viés subjetivo, mas por lógicas razões objetivas: entende-se que o grau de envolvimento do aluno depende da compatibilidade do objeto de estudo com seus desejos e "afinidades" psicológicas. Não existindo prazer, a construção de uma carreira, seja acadêmica ou voltada ao mercado, é dificultada.

Nota-se que um temor aflige o estudante em sua hora de escolha: o aparente fatalismo de sua decisão. Como conciliar inúmeros interesses pessoais com opções delimitadas de cursos? Seria preocupante se fosse assim. Porém, as conversas mostraram como a opção não é automaticamente excludente e muito menos uma sina que incorporamos na inscrição do vestibular. O caminho acadêmico, ou mesmo as amplas alternativas de profissão no mercado, definem diversas trajetórias de conhecimento que englobam distintos campos de estudo: cada passo na especialização é a abertura de uma nova gama de escolhas. Mudar é uma condição estrutural neste processo.