O ambiente virtual de aprendizagem nas jornadas e nos encontros para professores no ZDP Rio de Janeiro

Por Andréa Luize e Miruna Kayano Genoino

A Zona de Desenvolvimento Profissional é um dos programas desenvolvidos pelo Centro de Formação da Escola da Vila. Escolas parceiras, tanto no polo São Paulo quanto em outros polos, participam de jornadas, assessorias e supervisões para discussões de temas de fundamental relevância, envolvendo aspectos de caráter pedagógico e administrativo.

Em 2012, o polo Rio de Janeiro, centralizado no Colégio Andrews, recebeu a segunda parte das jornadas sobre Revisão Curricular em Práticas de Linguagem, retomando a temática já trabalhada em 2010. Desta vez, o foco estava na produção de textos e no ensino da literatura e, como novidade em relação a 2010, foram inseridos encontros específicos para professores. Além disso, assim como para os demais temas propostos no ZDP para os diferentes polos, a ideia era termos um ambiente virtual de aprendizagem que refletisse esses encontros, ou seja, termos ali os materiais teóricos, as situações didáticas de referência discutidas, tais como vídeos, fotos e atividades, bem como propostas de tarefas e de reflexões...

Essa nova demanda trouxe para as formadoras numerosos desafios, já que estavam iniciando o uso sistemático do ambiente: como estruturar o curso com esse novo conjunto de recursos? Como garantir a continuidade e a progressão dos assuntos sem uma apostila impressa? Que recurso se coloca como mais favorável para cada material ou estrutura? E, é claro, o desafio de trabalhar com o ambiente ao longo dos próprios encontros presenciais, oferecendo aos participantes o apoio necessário tanto para o uso mais funcional -- como saber acessar, postar um comentário na base de dados, participar de um fórum, enviar um arquivo, abrir pastas e arquivos etc.? -- quanto para aproveitar todo o seu potencial.

A princípio, a organização do curso foi uma tarefa à qual nos debruçamos: decidir quais materiais deveriam ser postados e de que modo seriam acessados, assim como o planejamento das tarefas e a seleção dos melhores recursos. Isso foi feito para três jornadas, com orientadores e coordenadores, para três encontros com professores de Educação Infantil e para três encontros com professores do Fundamental, o que significou uma carga de trabalho considerável em comparação ao que já havia sido produzido, haja vista que a mesma proposta tinha sido encaminhada no polo Paraná em 2011, na Escola Projeto 21, mas sem o uso do ambiente virtual.

Nos encontros presenciais, porém, é que sentimos de fato as diferenças no andamento do trabalho formativo e, felizmente, para melhor, algo prazeroso tendo em vista o grande investimento realizado pelas formadoras. Todo o material necessário estava acessível aos participantes, incluindo os vídeos, algo que não acontecia anteriormente. Assim, por exemplo, era possível revê-los durante a discussão nas duplas ou nos trios, e, ainda fora do encontro, depois da discussão presencial, assisti-los com os colegas da escola e partilhar o que havia sido debatido. Também as tarefas eram feitas e postadas de imediato, o que permitia a todos visualizarem, na mesma hora, registros de reflexões, análises de situações didáticas, análises de documentos curriculares elaborados por todos os colegas. As socializações, do mesmo modo, podiam ser registradas pelas formadoras e postadas para acesso do grupo. Sem a necessidade de se preocupar em copiar e anotar tudo -- pois cada participante tinha acesso a todos esses registros, bem como aos slides apresentados --, as discussões pareciam caminhar de forma mais intensa; o grupo estava realmente centrado em todos os debates. Foi notável, neste sentido, vermos a imensa participação dos professores e dos orientadores, e a qualidade dos intercâmbios estabelecidos.

Como formadoras, construtivistas, sempre nos questionamos quanto à inserção de situações formativas em ambientes virtuais, uma vez que temíamos perder a troca, a interação, as possibilidades de discussões. Aprendemos, porém, que pensar em espaços virtuais não significa elaborar situações isoladas ou solitárias, pelo contrário, coloca-nos diante da perspectiva de contemplar de uma maneira muito mais específica as demandas dos participantes dessas situações de formação e nos permite realizar ajustes, inclusive relacionados aos materiais de acesso, algo mais complicado quando lidamos com impressos. Nossa positiva avaliação sobre esta vivência no ZDP já nos animou a utilizar em outros espaços formativos as inúmeras possibilidades apresentadas pelo ambiente virtual de aprendizagem.