Clara Lacerda

Clara Lacerda é aluna da Escola da Vila desde 2010, fez o Ensino Médio aqui. No segundo semestre fez cursinho preparatório e foi aprovada em História na Universidade de São Paulo e em Psicologia na PUC.

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 Por Clara Lacerda

Ao entrar no terceiro ano, sabia que este seria um ano repleto de novas preocupações, além das usuais, como a prova de Física a cada três meses. Vestibulares, notas de corte, relação de candidatos por vaga, datas das inscrições, já ameaçavam preocupar grande parte dos alunos, mas, até o meio do ano, pareciam ser preocupações ainda um tanto distante de nós. Sim, estávamos com o pé na faculdade, mas os meses que nos separavam do início dos vestibulares ainda me faziam acreditar que tinha tempo, muito tempo até o começo desta fase.

Semana de provas trimestrais, férias de julho, mais uma semana de provas e pronto, os oito meses até o início das inscrições haviam passado. Comunicação ou História? Ciências Sociais ou História? Psicologia ou História? É, acho que História. A escolha, um pouco no susto, um pouco insegura, ainda amadurece em mim.

No momento em que muitos colegas começaram a fazer cursos pré-vestibulares, percebi que, talvez, não faltasse tanto tempo para o início das provas como eu acreditava. Cursinho junto com a escola? Vocês são loucos! Mas a insegurança, a ansiedade e a aflição de ver os meses passando, muitos colegas se preparando e eu ainda no mesmo lugar, no eterno dilema com a Física e a Matemática, fizeram com que eu logo me rendesse a um cursinho. Dias um pouco sofridos, confesso. Entrava às sete e meia na escola, tinha vinte minutos de almoço e, então, mais cinco horas de aula no cursinho. Mas o convívio com muitas pessoas empenhadas, dedicadas e o clima de um lugar que respira o vestibular me deu um ânimo surpreendente para os estudos, que nem eu mesma acreditei que fosse capaz. E, muito mais do que eu aprendi no cursinho, a verdadeira vantagem de tê-lo feito foi essa: o pique, o ânimo para estudar.

Meu pai sempre diz que sortudos são aqueles que nascem sabendo o que querem ser, nascem com uma vocação e, quanto aos outros, resta se permitirem tentar, errar, desistir, tentar de novo. Apesar de muito feliz com a minha escolha e com o meu ingresso na USP, a possibilidade de um dia ter que passar de novo por um vestibular, caso mude de ideia, já não me assusta mais tanto.

Acredito que o mais importante deste processo foi perceber que mistificamos muito o vestibular quando ainda estamos no colégio. Pelo menos para quem estudou na Vila e se dedicou na hora certa, este é um momento bem menos doloroso do que costumávamos imaginar. Além disso, vi o quanto é importante se dedicar às matérias que temos mais facilidade e também àquelas que pesam mais nos cursos que queremos.

Não tem receita precisa, e os conselhos que serviram para mim, provavelmente, não se aplicam a todos. Mas foi fundamental ter aproveitado as oportunidades dadas pela Escola de entrar em contato com ex-alunos, profissionais da área. Também foi importante conviver com pessoas que estão se preparando para este mesmo momento e, obviamente, não ter preguiça de abrir um livro e estudar o que quer que seja, pois, afinal, nunca se sabe o que vão nos cobrar.

Espero aprender tanto quanto aprendi na Vila e ter aulas tão boas quanto às do Pedrão. E, aos professores e à Escola, obrigada! E por aqui acaba minha última lição de casa para a Escola da Vila.