Matheus Spedaletti

Matheus Spedaletti é aluno da Escola da Vila desde 2001. Em 2013 prestou Fuvest e não frequentou cursinhos preparatórios. Foi aprovado em Engenharia Civil da UFSCar e em  Engenharia de Petróleo  na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

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Por Matheus Spedaletti

Todo mundo sabe que vestibular não é fácil. Os pais sabem, porque já passaram por isso. Os professores sabem, porque conhecem os conteúdos das provas. Os coordenadores e orientadores sabem, porque acompanham, a cada ano, um novo grupo de adolescentes passando pela mesma difícil fase das provas de ingresso das universidades. E os alunos vão aprendendo com o passar dos anos letivos, ouvindo dos pais, dos professores, dos coordenadores e orientadores o mesmo aviso: “Vestibular não é fácil”.

Realmente não é. Não só pela dificuldade dos conteúdos; há também de ser considerada a indecisão de qual carreira seguir, a pressão dos pais, a comparação entre os amigos e as inúmeras vezes em que você foi perguntado se “já decidiu o que vai prestar?” e ficou sem resposta para dar. Claro, cada caso é um caso, mas todos eles têm algo em comum: se passam durante a adolescência, essa idade em que tudo é novo e muito mais interessante do que se preparar para as provas.

O 3º ano é único. Na volta das férias de julho, começam, simultaneamente, o período de inscrições para o vestibular e a sensação de despedida, sabendo que este será o último semestre da turma junto. Outubro, fase final de preparação para as provas de primeira fase, é, também, a fase final dos planejamentos da colação de grau, da viagem de formatura e de todas as formalidades de encerramento.

Peguei o segundo caminho. Escolhi participar mais das despedidas do que das preparações para o futuro: montar a tabela do Interclasses ao invés de montar uma planilha de estudo, ir às reuniões da comissão ao invés da revisão de Biologia, dar recados de formatura durante algumas aulas...

Não me arrependo. Não sei dizer se seria diferente se todo o esforço fosse destinado aos estudos, se eu teria passado na minha primeira opção, ficado em uma melhor colocação. Mas isso realmente não importa mais. Sei que tudo que eu fiz contribuiu não só para mim, mas para todo o grupo do 3º ano a passar por esse ritual, que é a saída do colegial e a entrada na faculdade. E disso não faz parte só o vestibular. Vestibular tem todo ano, não há pressa. O importante é aproveitar ao máximo o 3º ano e tudo que essa época pode proporcionar.

Não é que deixei de estudar. Muito pelo contrário, ia nas revisões de duas a três vezes por semana. As de Exatas, em especial, me ajudaram muito nas provas das faculdades. E ainda escolhi fazer atividades extracurriculares fora da escola (o que não recomendo para ninguém nessa época). Cheguei ao fim do ano me arrastando, sem tempo para nada, mas plenamente satisfeito com o que fiz, e, acima de tudo, sem arrependimentos do que posso ter deixado de fazer.