As Tic e o curso de língua inglesa: uma parceria potente e construtora

Por Diana Pessoa e Maria India Bonduki

O uso da tecnologia é latente para todos na nossa sociedade, inundada pela presença de computadores, notebooks, tablets, smartphones e etc. Mas e a sala de aula? Como fica nesse cenário? Como a escola pode se utilizar dessas ferramentas para potencializar as aprendizagens?

Essas e outras perguntas têm fomentado importantes discussões na nossa comunidade escolar. Discutem-se meios que possibilitem que as TIC (Tecnologias da informação e comunicação) deem suporte ao compartilhamento de ideias e atividades, auxiliando, então, na construção de conhecimento de forma mais colaborativa. Buscam-se maneiras que permitam um maior protagonismo dos alunos.

Inserido nesse contexto institucional, o curso de inglês do Fundamental 1 tem buscado cada vez mais ampliar o uso dessas tecnologias dentro e fora da sala de aula. O maior desafio é utilizar estas plataformas de modo a maximizar a experiência com a língua e buscar formas de contato que não sejam meros substitutos das “mídias tradicionais” (caderno, lousa, livro, etc.). Porém, ao mesmo tempo em que a tarefa parece desafiadora, ela se mostra muito potente para a criação de situações de comunicação real em língua inglesa.

Passaremos, agora, a descrever alguns projetos que, utilizando plataformas e ambientes virtuais, potencializam e potencializaram a comunicação e as aprendizagens em língua inglesa no Fundamental 1.

Nos 4º anos, ao longo do 2º trimestre, os alunos usaram a plataforma virtual Google Sites para escrever e compartilhar seus Self-portraits: um texto no qual eles tinham a tarefa de se descreverem, contando um pouco mais sobre sua família, suas preferências e seus gostos. Esse texto foi compartilhado com os colegas de outras turmas, que puderam ler e comentar. Ao interagir com colegas de outras turmas, as crianças tiveram a oportunidade de viver uma situação comunicativa mais próxima do real, já que tiveram que buscar a melhor maneira de se fazer entender e puderam trocar informações, fazer comentários, tudo isso utilizando a língua inglesa. Ademais, percebemos um grande envolvimento de crianças que se expõem menos na sala de aula e principalmente em discussões coletivas. Sentindo-se mais à vontade, puderam expor suas ideias e fazer seus comentários.

1
Alunos concentrados, escrevendo seus Self-portraits.

No terceiro trimestre, no Projeto British Rock, os alunos dos 4ºs anos se deparam com lições de casa no ambiente virtual de aprendizado (AVA) da escola. Muitas dessas atividades exigem que assistam a videoclipes selecionados pela equipe e deixem comentários baseados em modelos, também disponíveis nesse ambiente. Além de conhecerem importantes artistas, momentos e fatos culturais, as crianças podem trocar ideias, comentar, sugerir outros sites e músicas, expor suas opiniões, de modo que não só se transpassam os muros da escola, já que essa tarefa é feita em casa, mas também se rompem as barreiras entre as turmas, considerando que todos os alunos de todos os 4ºs anos dialogam e compartilham de um mesmo espaço e canal de comunicação.

Outro momento importante do projeto British Rock e garantido pelo uso da tecnologia é a utilização de tablets em sala para fazer pesquisas sobre importantes ícones do Rock, como Elvis Presley e The Beatles. Nessas atividades, as crianças têm acesso a websites oficiais desses artistas e podem ler textos originais (sem a interferência de adaptações), ouvir músicas, ver vídeos e ainda observar fotos interessantes, possibilitando qualidade e autonomia no ato da pesquisa.

Os tablets e os ambientes virtuais ainda foram usados para auxiliar o desenvolvimento da compreensão e produção oral. Uma das atividades mais desafiadoras, assim como divertida, aconteceu em meados do 3º trimestre, quando as crianças foram estimuladas a escutar músicas da época (Rock ‘n’ Roll britânico dos anos 1960) e tentar transcrevê-las. As canções foram disponibilizadas no AVA. Assim, as crianças poderiam escutá-las e se desafiar novamente quantas vezes quisessem, de forma bastante autônoma, em casa.

2
Crianças ouvem e transcrevem músicas, numa situação de muita concentração e trabalho colaborativo.

O 5º ano teve uma oportunidade bastante rica de interação. No 2º trimestre, eles criaram páginas com folhetos virtuais de locais de importância turística do Brasil, após uma rica pesquisa. Estas páginas serão compartilhadas com alunos de uma escola parceira no Canadá. Por isso, ao elaborar o site, os alunos tiveram que se preocupar com a qualidade das informações, com os objetivos de um texto informativo e de um site destinado a turistas, com as características dos seus destinatários, com a organização das informações e com o uso de estruturas e vocabulário pertinentes a esse tipo de texto.

3
5º ano elaborando o site, com muito cuidado com os detalhes.

4
Tela de apresentação do site elaborado pelo 5º ano.

Observamos que a existência de um destinatário real despertou uma motivação genuína, tanto nos alunos dos 4ºs anos como nos alunos dos 5ºs anos. E sabemos que esse é o ingrediente fundamental para o processo de construção de conhecimento.

Desse modo, vemos que o uso desses recursos tecnológicos auxiliou no engajamento dos alunos tanto no momento de trabalho com tecnologia quanto em outros momentos, como discussões coletivas, jogos, pesquisas e entrevistas em sala de aula, proporcionando autonomia e um maior protagonismo na construção do conhecimento.