Cursos online - O papel da tecnologia educacional: o formador e o aluno online

Por Helena Andrade Mendonça

Em 2013 começamos a enfrentar o enorme desafio de oferecer cursos online como parte das atividades de formação continuada pelo Centro de Formação. A principal motivação se deu por conta dos professores, de São Paulo e também de outros lugares do país, que nos procuravam com dificuldades de participação em nossas ações presenciais.

Nossa experiência com o uso de ambientes virtuais de aprendizagem, nos cursos presenciais e semipresenciais estava apenas no início, e, na velocidade do avanço das tecnologias, começamos a planejar e a explorar esse universo dos cursos online.

Já na definição dos cursos e no início da conversa, um dos temas que chamaram nossa atenção foi o conceito de presença citado por autores de referência no assunto.

Em ambientes online há uma maior possibilidade de ocorrer uma sensação de perda entre os alunos -- perda de contato, perda da conexão e, como resultado, uma sensação de isolamento. Consequentemente, deve-se dar atenção ao desenvolvimento intencional da presença. (Palloff e Pratt, 2007)¹

Segundo Tori (2010)² há três diferentes tipos de distância: espacial, temporal e transacional. A espacial diz respeito a distância física entre o aluno e o professor; a temporal está ligada às propostas síncronas -- web conferência, chat -- e assíncronas -- fórum, e-mail; e a transacional é a percepção psicológica de presença ou afastamento, que pode ocorrer tanto virtual quanto presencialmente, e que se dá, sobretudo, pelas interações em meios digitais.

Nosso objetivo, então, passou a ter foco no desenvolvimento da percepção da presença com o uso de recursos digitais, já que a maior parte dos nossos alunos nunca havia frequentado um curso online e, consequentemente, precisaria ser ambientado para explorar um novo espaço para estudar: o virtual.

Dessa forma, as primeiras semanas de curso foram planejadas para uma exploração mais técnica dos recursos e ferramentas que seriam utilizados, mas principalmente para que todos os participantes “chegassem”, ocupassem seus lugares e tomassem um café ou um chá conosco, no ambiente que seria usado por seis ou sete semanas.

Nossa experiência, nessas semanas iniciais, foi intensa. Usamos fóruns, chat, telefone e Skype, dando suporte, fazendo contato e tentando estabelecer uma sensação de presença com muitos dos mais de 180 participantes dos cursos online do mês de setembro. Como alguns contatos eram feitos por Skype, houve situações em que recebemos o sinal de vídeo de professores que estavam em sala de aula, assim como pudemos entrar em locais -- para nós, que estamos em São Paulo --, tão distantes como uma escola rural do estado do Tocantins.

Tem sido um trabalho árduo e de muito aprendizado, que não seria viável sem as tecnologias e sem a sensação de presença que elas podem proporcionar. Agradecemos aos alunos, professores, técnicos, funcionários e a todos os envolvidos em mais este desafio.


¹ Palloff, R., Pratt K.. O Instrutor Online, estratégias para a excelência profissional. Ed. Penso, 2007.

² Tori, R.. A presença das tecnologias interativas na educação.Revista de Computação e Tecnologia  v. 2, n. 1, 2010. Disponível em  http://revistas.pucsp.br/index.php/ReCET/article/view/3850